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ANÁLISE
Novas mídias exigem integração e mais investimento no país
Ideias de mobilidade, portabilidade, interatividade e ultravelocidade impõem desafios às telecomunicações
JUAREZ QUADROS DO NASCIMENTO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O cenário que desponta no
setor de telecomunicações
envolve redes sociais, vídeo,
entretenimento, localização
e propaganda via celular
(mobile marketing), com a
tendência de que tudo isso se
misture cada vez mais.
Consultorias estimam que
as indústrias de entretenimento e mídia vivem um momento ímpar, em que há considerável aumento de produção de conteúdo digital que
gera elevação da audiência.
O acesso à internet em
qualquer ambiente (residências, local de trabalho, escolas, lan houses, bibliotecas e
telecentros) chegou a 67 milhões de pessoas no quarto
trimestre de 2009, considerando os brasileiros de 16
anos ou mais de idade, de
acordo com o Ibope.
Na disputa eleitoral que se
inicia no Brasil, os candidatos já estão autorizados a pedir votos e doações pela rede
e a fazerem mobilização.
Nesse contexto, as operadoras de telecomunicações
vêm perdendo o controle sobre o que experimenta o
usuário com a popularização
das novas formas de comunicação, com integração das
redes, mobilidade, portabilidade, interatividade e ultravelocidades de transmissão
de dados.
A maior penetração da
banda larga induz o acesso
fixo com ultravelocidade e a
popularização do "smartphone" (telefone inteligente)
juntamente com as adições
das redes sem fio de terceira
geração (3G) e quarta geração (4G), com acesso móvel à
internet.
Os telefones inteligentes,
se comparados aos terminais
mais simples, permitem dezenas de vezes mais transmissão de dados. E, quando
conectados em laptops ou
netbooks, permitem centenas de vezes mais.
INVESTIMENTOS
Tudo isso ocasiona o inevitável crescimento do tráfego
de dados nas redes. O que,
por sua vez, requer investimentos significativos para
poder aumentar a capacidade da rede, adequando-a para o atendimento da fabulosa
gama de novos serviços.
Entre 1998 e 2009, as operadoras investiram no Brasil
R$ 177 bilhões em infraestrutura de telecomunicações e
R$ 37 bilhões em licenças para exploração dos serviços.
A partir de 2008, os investimentos se acentuaram em
banda larga pelas operadoras de telefonia fixa e em
"backhaul" [central de rede
em um município] e tecnologia 3G pelas de telefonia móvel. Para 2010, são esperados
R$ 17 bilhões no setor. E as
empresas de internet, quanto
investem?
Ao mesmo tempo, empresas de internet como Google
e Yahoo! conquistam espaço.
Ao que se opõem as operadoras de telecomunicações,
que, obrigadas a altos investimentos, descartam a condição de se tornarem simplesmente uma rede de dutos para o tráfego de dados.
Elas têm ao seu dispor todo o controle dos grandes sistemas de faturamento e cobrança, assim como um sistema inteligente de informações das bases de seus clientes. E assim investem, para
muito além do telefone.
JUAREZ QUADROS DO NASCIMENTO é
sócio da Órion Consultores Associados e
ex-ministro das Comunicações.
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