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Jovem europeu sofre verão do desemprego
Na Espanha, taxa geral de desempregados é de 19,9%, mas chega a 40,5% entre os que têm entre 16 e 25 anos
Resolução aprovada no Parlamento Europeu exorta que se evite que jovens fiquem mais de 4 meses sem trabalho
Daniel Ochoa de Olza - 18.mai.10/Associated Press
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Pessoas fazem fila em Madri em centro de vagas do governo espanhol
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
Entre economistas e intelectuais, a discussão principal pode ser se o euro continuará como moeda única de
16 países europeus ou se o
bloco todo da União Europeia, que congrega 27 nações, vai continuar a existir.
Mas, para os jovens recém-saídos das universidades europeias, este é o verão do desemprego.
As temperaturas estão beirando os 40C na Espanha, e
é lá que está também uma
das maiores taxas de desemprego na Europa: 19,9%. Significa que 1 em cada 5 na população economicamente
ativa está sem emprego.
Entre os jovens, a situação
é muito pior, 40,5%. Se dez
pessoas entre 16 e 25 anos estiverem conversando em um
bar, provavelmente quatro
estarão sem emprego.
"Estou sem trabalho há
dois anos. Até que foi bom na
época da Copa do Mundo. Vi
todos os jogos. Mas agora a
festa acabou e continuo desempregado", diz Miguel
Mandiá, um madrilenho de
22 anos especializado em design gráfico.
"Quase todos os meus
amigos estão na mesma situação", afirma.
Se o presente já está difícil,
o futuro parece ainda mais
preocupante. De um lado, as
empresas privadas não investem com medo de um repique da recessão provocada
pela crise global de 2008.
Com isso, não criam vagas.
De outro, os governos preparam cortes de gastos para
reduzir o insustentável deficit público. Com isso, cortam
postos de trabalho. Na soma,
mais desempregados.
REINO UNIDO
No Reino Unido, a situação não é tão grave. A taxa de
desemprego na população
em geral está em 7,8%. Mas o
medo paira no ar.
O plano do novo governo
para reduzir o deficit deve
acabar com cerca de 600 mil
empregos públicos, dos
atuais 6 milhões. Outros 700
mil postos podem ser fechados no setor privado que tem
o governo central como principal cliente.
Mais uma vez, os jovens
são os mais afetados. O ano
letivo no hemisfério Norte
acabou no primeiro semestre
e é a época de os recém-formados procurarem emprego.
Está difícil. A Associação
de Recrutadores de Graduados revelou que há um recorde de 70 graduados procurando emprego para cada vaga oferecida.
James Baxter, que trabalha numa empresa de recrutamento em Londres, afirma
que, com o mercado muito
enxuto, sobram pessoas com
qualificação.
"Assim, fica ainda pior para quem não tem experiência." A taxa de desemprego
entre pessoas de 15 a 24 anos
no Reino Unido beira os 20%.
A preocupação com o desemprego juvenil chegou ao
Parlamento Europeu. No início do mês, foi aprovada resolução que exorta os 27 países-membros do bloco a criarem mecanismos para evitar
que jovens fiquem mais de
quatro meses sem trabalho.
A proposta da resolução
foi feita pela dinamarquesa
Emilie Turunen, de 26 anos, a
mais jovem deputada do Parlamento Europeu.
Segundo ela, há mais de
5,5 milhões de jovens desempregados nos países da UE,
cerca de 21,4% do total.
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