São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Cresce presença estrangeira na venda de vinho

De cada 100 litros de vinho fino vendidos neste ano no mercado nacional, 77 vieram do mercado externo.
Os números se referem ao acumulado de janeiro a julho e são preocupantes para o setor produtivo brasileiro.
Um dos principais motivos dessa enxurrada de vinho estrangeiro é a forte desvalorização do dólar, que vem registrando quedas contínuas e, nesta semana, chegou a R$ 1,70.
Se o dólar permanecer nos patamares atuais, vai tornar ainda mais competitivo o vinho importado, principalmente agora, quando as empresas fazem as compras para as festas de final de ano.
Oscar Ló, presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, diz que o setor não esperava aumento tão grande neste ano. Mas ele tem outra explicação para as compras externas.
Devido à entrada em vigor do selo fiscal a partir de janeiro de 2011, o setor estaria antecipando compras externas. A partir de janeiro, toda garrafa de vinho que sair da fábrica deverá ter o selo fiscal.
Os dados do setor são da Uvibra (União Brasileira de Vitivinicultura) e, apesar do aumento dos importados, os números podem trazer um cenário animador para a indústria nacional.
A comercialização somou 44 milhões de litros nos sete primeiros meses deste ano, 33% mais do que em igual período do ano anterior. Ou seja, os brasileiros estão consumindo mais vinho.
Quando as condições de importação não forem tão favoráveis, o consumidor do importado poderá se voltar para o nacional, diz Ló.
Os sul-americanos continuam ganhando mercado. Os chilenos, líderes em exportações para o Brasil, foram responsáveis por 41% do produto que entrou no país, enquanto os argentinos ficaram com 25%.
A Uvibra mostra também que o consumo de espumantes mantém alta. Atingiu 5,4 milhões de litros neste ano e cresceu 26% em relação a igual período de 2009.
Ao contrário do que ocorre com os vinhos finos, as vendas nesse segmento são dominadas por produto brasileiro. O espumante estrangeiro, no entanto, também ganhou espaço neste ano.
De cada 100 garrafas vendidas até julho, 70 foram de produto nacional. Em igual período de 2009, eram 75.

Químicos Os produtos intermediários para fertilizantes estiveram entre os de maiores gastos nas importações da indústria química neste ano. Até agosto somaram US$ 2,7 bilhões, segundo a Abiquim (associação brasileira do setor químico).

Deficit As importações de produtos químicos, que superaram US$ 3 bilhões em agosto, já atingem US$ 21 bilhões no ano. As exportações foram de US$ 8,4 bilhões.

Um grande problema As exportações de carne suína dos norte-americanos continuam patinando. Em julho, os russos compraram 66% menos; os japoneses, 22% menos; e os mexicanos, 8% menos. O problema é que os produtores de lá dependem das exportações.

Por aqui Os brasileiros também estão exportando menos, em volume, mas a diferença é que aqui o mercado interno está aquecido. Com isso, as exportações não são tão necessárias para escoar o produto.

Custos O Icac (comitê internacional do algodão) apurou que os custos de produção do algodão subiram 17% nesta safra 2009/10 em relação à de 2006/7. Além do custo da semente, o setor conviveu com perda de produtividade em várias áreas.

Rebanho Os norte-americanos tinham 10,2 milhões de cabeças de gado em confinamento no início deste mês. Esse número de animais supera tanto o de agosto (9,8 milhões) como o de setembro de 2009 (9,9 milhões).

Dia de alta As commodities agrícolas tiveram forte recuperação de preços ontem em Chicago e em Nova York, com altas acima de 3%.

Com KARLA DOMINGUES



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