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Vaivém
MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br
Cresce presença estrangeira na venda de vinho
De cada 100 litros de vinho
fino vendidos neste ano no
mercado nacional, 77 vieram
do mercado externo.
Os números se referem ao
acumulado de janeiro a julho
e são preocupantes para o setor produtivo brasileiro.
Um dos principais motivos
dessa enxurrada de vinho estrangeiro é a forte desvalorização do dólar, que vem registrando quedas contínuas
e, nesta semana, chegou a R$
1,70.
Se o dólar permanecer nos
patamares atuais, vai tornar
ainda mais competitivo o vinho importado, principalmente agora, quando as empresas fazem as compras para as festas de final de ano.
Oscar Ló, presidente da
Cooperativa Vinícola Garibaldi, diz que o setor não esperava aumento tão grande
neste ano. Mas ele tem outra
explicação para as compras
externas.
Devido à entrada em vigor
do selo fiscal a partir de janeiro de 2011, o setor estaria antecipando compras externas.
A partir de janeiro, toda garrafa de vinho que sair da fábrica deverá ter o selo fiscal.
Os dados do setor são da
Uvibra (União Brasileira de
Vitivinicultura) e, apesar do
aumento dos importados, os
números podem trazer um
cenário animador para a indústria nacional.
A comercialização somou
44 milhões de litros nos sete
primeiros meses deste ano,
33% mais do que em igual
período do ano anterior. Ou
seja, os brasileiros estão consumindo mais vinho.
Quando as condições de
importação não forem tão favoráveis, o consumidor do
importado poderá se voltar
para o nacional, diz Ló.
Os sul-americanos continuam ganhando mercado.
Os chilenos, líderes em exportações para o Brasil, foram responsáveis por 41% do
produto que entrou no país,
enquanto os argentinos ficaram com 25%.
A Uvibra mostra também
que o consumo de espumantes mantém alta. Atingiu 5,4
milhões de litros neste ano e
cresceu 26% em relação a
igual período de 2009.
Ao contrário do que ocorre
com os vinhos finos, as vendas nesse segmento são dominadas por produto brasileiro. O espumante estrangeiro, no entanto, também
ganhou espaço neste ano.
De cada 100 garrafas vendidas até julho, 70 foram de
produto nacional. Em igual
período de 2009, eram 75.
Químicos Os produtos
intermediários para fertilizantes estiveram entre os de
maiores gastos nas importações da indústria química
neste ano. Até agosto somaram US$ 2,7 bilhões, segundo a Abiquim (associação
brasileira do setor químico).
Deficit As importações
de produtos químicos, que
superaram US$ 3 bilhões em
agosto, já atingem US$ 21 bilhões no ano. As exportações
foram de US$ 8,4 bilhões.
Um grande problema
As exportações de carne suína dos norte-americanos
continuam patinando. Em
julho, os russos compraram
66% menos; os japoneses,
22% menos; e os mexicanos,
8% menos. O problema é que
os produtores de lá dependem das exportações.
Por aqui Os brasileiros
também estão exportando
menos, em volume, mas a diferença é que aqui o mercado
interno está aquecido. Com
isso, as exportações não são
tão necessárias para escoar o
produto.
Custos O Icac (comitê internacional do algodão) apurou que os custos de produção do algodão subiram 17%
nesta safra 2009/10 em relação à de 2006/7. Além do custo da semente, o setor conviveu com perda de produtividade em várias áreas.
Rebanho Os norte-americanos tinham 10,2 milhões
de cabeças de gado em confinamento no início deste mês.
Esse número de animais supera tanto o de agosto (9,8
milhões) como o de setembro
de 2009 (9,9 milhões).
Dia de alta As commodities agrícolas tiveram forte
recuperação de preços ontem em Chicago e em Nova
York, com altas acima de 3%.
Com KARLA DOMINGUES
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