São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2011 |
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Governo FHC estimulou consumo de fumo nos EUA DE BRASÍLIA O Itamaraty aliou-se à indústria do fumo, em 1997, para promover nos EUA a venda de charutos brasileiros. O acerto ocorreu pouco mais de um ano depois de o governo federal restringir a propaganda e o uso de "produtos fumígeros" no Brasil. Telegramas do Itamaraty revelam que, em novembro de 1997, representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo se reuniram com o comando da Associação Brasileira das Indústrias do Fumo. Como resultado, o Itamaraty comunicou à Embaixada do Brasil em Washington que seriam deflagradas "estratégias de promoção comercial" e "ações de marketing" voltadas a empresários e a consumidores americanos. Em julho do ano anterior, FHC sancionou a lei que proibia o uso de charutos, cigarros, cachimbos e outros derivados do fumo em recintos coletivos. Mas, em relação aos EUA, como indicam os telegramas, o Itamaraty apoiou "publicidade" e "reportagens de capa" de publicações para estimular o consumo dos charutos brasileiros. A pressão da indústria do fumo sobre o Itamaraty é anterior a 1997, segundo outros telegramas confidenciais. Em 1993, empresários do setor procuraram o Itamaraty para reclamar de uma lei que tramitava no Congresso norte-americano com vistas a impor limitações à importação de tabaco em folha para a produção de cigarros. O Itamaraty reconheceu o pleito e recomendou à embaixada nos EUA que procurasse órgãos do governo dos EUA para "manifestar a preocupação brasileira com a evolução da matéria". A instrução foi cumprida pelo embaixador Rubens Ricupero, que contatou órgãos do Executivo e líderes no Congresso envolvidos no tema. (RV e FO) Texto Anterior: Textos: Telegramas podem ser consultados Próximo Texto: Empresas regionais se unem para enfrentar a Coca Índice | Comunicar Erros |
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