São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Lucros têm forte alta no 3º trimestre

Levantamento da Economatica mostra que ganho líquido de 226 empresas subiu quase 50% em relação a 2009

Resultados foram influenciados pela recuperação da demanda doméstica e pela queda do dólar

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

O terceiro trimestre foi muito positivo para a maioria das empresas abertas brasileiras, que tiveram aumento de receita e de lucro e queda nas despesas financeiras, revela levantamento da Economatica feito para a Folha.
A recuperação da demanda doméstica de alguns setores exportadores e a queda do dólar (que diminui os gastos com dívidas na moeda americana) explicam os resultados.
O lucro líquido de 226 empresas com ações listadas na Bolsa somou R$ 39 bilhões entre julho e setembro -alta de 48,8% em relação ao mesmo período de 2009.
Essa variação foi muito influenciada pelo aumento do lucro da Vale, que cresceu 251%, para R$ 10,5 bilhões, devido à alta do preço e das vendas de minério de ferro.
Mas, mesmo excluindo os desempenhos da Vale e da Petrobras (alta de 17,3%, para R$ 8,5 bilhões), os resultados foram bastante positivos, diz o presidente da Economatica, Fernando Exel.
O lucro líquido das outras 224 empresas cresceu 25%, para R$ 19,8 bilhões. O levantamento foi feito com base nos resultados divulgados até as 15h de anteontem.
Em ambos os casos, o aumento do lucro líquido superou o da receita. Uma das causas é a queda das despesas financeiras, ou seja, com o pagamento de dívidas e juros (ver quadro ao lado).
"A cotação do dólar caiu 5,9% no trimestre passado. É um presente que caiu no colo das empresas", explicou.
Apesar disso, o endividamento bruto das 226 companhias aumentou 14,9%, para R$ 523 bilhões. Exel considera isso um bom sinal.
"Mostra que as empresas estão otimistas e contraíram novas dívidas para poder investir mais", observou.

SIDERÚRGICAS
Entre dez setores listados pela Economatica, o único que teve menor lucro líquido no terceiro trimestre de 2010 ante 2009 foi o de siderurgia e metalurgia (22,7%, para R$ 1,4 bilhão). Quem mais contribuiu para o recuo foi a CSN, cujo lucro caiu 37,4%, para R$ 720 milhões.
Os dados da Usiminas, cujo lucro cresceu 14%, para R$ 495 milhões, não foram incluídos porque estavam incompletos no site da Bovespa, explicou a Economatica.
Segundo Pedro Galdi, analista da SLW, a fraca demanda da indústria mundial, a maior competição com o aço importado e o aumento dos preços do minério, do carvão e da sucata afetaram o desempenho do setor.
"O preço do aço caiu, em média, 10% em setembro no Brasil e esse cenário se mantém. Os resultados das empresas não devem melhor neste trimestre", afirma.
Os setores que tiveram maior aumento de lucro foram o de transportes (73%) e o de produção de veículos e peças (102%), que inclui carros, máquinas agrícolas, vagões e caminhões.
Devido à particularidade dos seus balanços, empresas do setor financeiro não entraram no levantamento.


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