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Vale e sócios investem US$ 22 bi em quatro siderúrgicas
Primeiro empreendimento, a Companhia Siderúrgica do Atlântico foi inaugurada ontem no Rio; obra consumiu US$ 8,2 bilhões
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luíz Inácio
Lula da Silva inaugurou ontem a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), em
Santa Cruz, zona oeste do Rio
de Janeiro.
A usina é a primeira de
uma série de quatro empreendimentos nos quais a
Vale está investindo, sozinha
ou em parceria, US$ 22 bilhões (R$ 39 bilhões). Na CSA
foram gastos US$ 8,2 bilhões.
No auge da crise, em 2009,
as obras da usina só não foram paralisadas graças a um
aporte adicional de US$ 1,4
bilhão da Vale -que elevou a
participação da mineradora
na companhia de 10% para
27%. O controle é da alemã
ThyssenKrupp, com 73%.
Após problemas para a obtenção de vistos para os trabalhadores chineses que pretendia contratar, a Thyssen
resolveu "nacionalizar" boa
parte do projeto da CSA.
Isso elevou o custo final de
construção da siderúrgica
-originalmente estimado,
em 2006, em 3 bilhões, o
correspondente, hoje, a cerca de US$ 3,6 bilhões.
"A Thyssen, como todas as
siderúrgicas, sofria com a crise e nos chamou a participar
para não postergar o empreendimento", disse à Folha o italiano Aristídes Corbellini, diretor de siderurgia
da Vale.
A variação cambial também aumentou o custo do
projeto, segundo Roger Agnelli, presidente da Vale.
Para o executivo, o mercado de minério de ferro está
aquecido e o excesso de capacidade atual no setor siderúrgico não é problema. "O
nosso planejamento é de
longo prazo."
MENOS IMPORTAÇÕES
Para os quatro projetos de
usinas, a Vale prevê vender
19 milhões de toneladas a
mais de minério de ferro no
mercado doméstico -cifra
pouco inferior aos 22 milhões
de toneladas de 2009.
O maior consumo doméstico reduzirá a dependência
atual da mineradora das importações chinesas, que absorvem cerca de 40% da produção da Vale.
A lógica de todos os projetos, diz Corbellini, é "amarrar" sempre a construção de
uma usina de placas (produto siderúrgico básico) no Brasil à laminação no exterior,
feita, em geral, pelos parceiros da Vale nos empreendimentos.
É o caso da CSA, que representa quase metade da capacidade de produção da
Thyssen na Europa -onde as
placas serão transformadas
em bobinas, chapas e outros
produtos acabados.
Corbellini crê num rearranjo do setor siderúrgico
global, no qual parte da fabricação de aço bruto nos Estados Unidos e na Europa vai
migrar para o Brasil -realidade que começa a se concretizar com a CSA.
Fora a CSA, os projetos
mais adiantados da Vale em
siderurgia são a Alpa (PA) e a
CSP (Ceará), ambos em fase
de terraplanagem.
A única incerteza é quanto
à concretização da CSU (ES),
projeto para o qual a Vale
ainda busca um sócio.
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