São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011

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Fim do pagamento dos royalties preocupa cidade vizinha à usina

Verba prevista até 2023 compõe 65% da receita de Itaipulândia

DO ENVIADO ESPECIAL A FOZ (PR)

Itaipulândia, município criado em janeiro de 1993, alcançou quinta-feira 9.027 moradores. Quando o novo pequeno morador tiver 12 anos, a cidade poderá ter de enfrentar um drama.
Em 2023, os royalties pagos pela hidrelétrica de Itaipu, por lei, terão de cessar. E a cidade batizada em homenagem à sua provedora terá de viver por sua conta.
O orçamento municipal alcança hoje R$ 40 milhões, sendo que 65% dessa receita vêm dos royalties que são pagos por Itaipu.
"Isso já está preocupando a gente. Estamos começando a nos mobilizar. Se bem que acho que a turma está muito parada ainda", diz Lotário Knob, 51, prefeito da cidade.
O município foi um dos que mais perderam território com a formação do lago da hidrelétrica.
Segundo cálculos do poder público local, dos 333 km2, 176 km2 foram para debaixo d'água. Nos 152 km2 restantes, avança a atividade agrícola, como a produção de milho, soja e trigo.
Com o dinheiro dos royalties, entretanto, a cidade tem tentado se industrializar. Recentemente, a prefeitura gastou R$ 18 milhões para construir um frigorífico para abate de suínos.
A estrutura foi entregue à empresa Friella por 20 anos. Ali, 1.200 suínos são abatidos por dia. A atividade dará emprego a 230 pessoas, número que poderá chegar a 500 após a ampliação.
Hoje, a cidade mantém um hospital municipal e ensino integral para todos os estudantes do 1º a 5º ano.
O município paga ainda 50% da mensalidade dos cursos superiores para quem quer estudar e subsidia 70% do custo do transporte para esses estudantes.
"O fim dos royalties significará o corte desses programas", alerta o prefeito.

RECEITA
Os US$ 6 milhões (R$ 9,6 milhões) destinados por Itaipu ao projeto Cultivando Água Boa representam uma fração da receita anual da maior geradora de energia do mundo, que fatura US$ 3,2 bilhões (R$ 5,1 bilhões).
O projeto foi discutido na última semana, no Congresso Mundial de Hidrelétricas, realizado em Foz pela Associação Internacional de Hidreletricidade.
(AGNALDO BRITO)


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