DE SÃO PAULO

As ações da Mundial, fabricante de esmaltes e alicates, avançaram 13,2% na Bolsa de Valores ontem, após o anúncio de um investimento de US$ 50 milhões pelo fundo americano YA Global Investments, de Nova Jersey.
Os papéis dessa empresa têm se destacado há meses na Bovespa, principalmente depois que a Mundial anunciou a intenção de entrar para o segmento do Novo Mercado e promoveu um desdobramento das ações de um para seis.
As duas iniciativas tendem a aumentar a visibilidade dos papéis no mercado: primeiro porque alavancam a liquidez do papel (a facilidade em comprar ou vender um ativo); segundo porque melhoram as condições de pagamento para o acionista minoritário, no caso de uma eventual mudança de donos.
Em julho, o volume de negócios somente com as ações preferenciais atingiu a casa dos R$ 280 milhões diários. Antes de abril, mal chegava a R$ 1 milhão por dia.
A valorização desse papel também impressiona: até ontem, o ganho acumulado neste ano superava 1.200%, somente menor que os 2.441% das ações ordinárias da mesma empresa. Mas analistas mostram muitas reservas em relação aos papéis.
"Esse segmento tem um perspectiva difícil, devido à concorrência dos produtos chineses. Sob meu ponto de vista, não tem vantagem competitiva tão grande assim", diz André Caminada, da Victoire Brasil Investimentos.
Rapheal Cordeiro, analista da Omar Camargo, nota que o baixo valor dos papéis (R$ 4 para preferenciais) torna esses ativos um alvo atraente para especuladores. (EPAMINONDAS NETO)


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