São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Varejo popular conquista Quinta Avenida

Redes estrangeiras de moda de baixo preço, como Zara e Uniqlo, dividem a calçada com grifes como Tiffany e Prada

Houve valorização na região, onde aluguel subiu de US$ 15,4 mil por metro quadrado para US$ 26 mil anuais

BARNEY JOPSON
DO "FINANCIAL TIMES"

Os grupos de varejo estrangeiros que comercializam moda de baixo preço estão colonizando a Quinta Avenida de Nova York. A via que no passado era símbolo do luxo está sendo transformada pelas mudanças nos hábitos dos consumidores, agora mais preocupados com dinheiro.
A Inditex, da Espanha, iniciará o trabalho em uma grande loja da cadeia Zara, em um imóvel que adquiriu por US$ 324 milhões no mês passado, enquanto a Fast Retailing, do Japão, planeja abrir uma unidade da cadeia Uniqlo antes do final do ano.
As duas cadeias de varejo operarão em meio a marcas sofisticadas -como Tiffany, Bottega Veneta e Prada- à medida que a paisagem da Quinta Avenida passa a refletir o desejo dos consumidores de economizar nos produtos básicos para esbanjar em alguns itens de luxo.
Em lugar de desvalorizar as demais propriedades da avenida, os corretores de imóveis argumentam que as cadeias de varejo de alto volume, nas quais jeans estão à venda por US$ 40 e camisetas por US$ 10, tornam a Quinta Avenida mais atraente para os consumidores.
O aluguel médio na porção mais prestigiosa da avenida, entre as ruas 49 e 59, subiu a US$ 26 mil anuais por metro quadrado no final do ano passado, ante US$ 15,4 mil no momento mais grave da crise, de acordo com o Real Estate Board of New York.
Yasunobu Kyogoku, vice-presidente de operações da Uniqlo nos Estados Unidos, disse que sua companhia desejava estar lá porque "se trata de uma locação de grande poder simbólico em termos mundiais, e nossas lojas são a melhor publicidade para nossa marca".
A Zara já opera uma loja menor na avenida, e a H&M, da Suécia, abriu uma ponta de estoque ali em 2000.

SINERGIA
"Existe uma sinergia entre a moda de luxo e a moda rápida", disse Joanne Podell, vice-presidente executiva da Cushman & Wakefield, uma corretora de imóveis. "A pessoa pode usar uma camiseta da H&M com um blazer Armani, e estará elegante."
Faith Consolo, presidente da divisão de imóveis de varejo na corretora de imóveis Prudential Douglas Elliman, disse que as marcas de luxo não contemplam de modo desfavorável as suas vizinhas de preços modestos.
"Elas apreciam o tráfego ampliado de fregueses que compram presentes de baixo preço. A maior parte das vendas da Tiffany vem de chaveiros, não de anéis de noivado", disse Faith.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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