São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Gigante chinesa divulga relação do Conselho por pressão dos EUA

Huawei, presente no Brasil, é acusada de ligação com Exército chinês

KATHRIN HILLE
DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM

A fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei revelou, pela primeira vez, os nomes dos integrantes de seu conselho, em uma tentativa de se tornar mais transparente e de responder às preocupações dos EUA quanto a suas supostas conexões com as Forças Armadas chinesas.
A maior alteração no balanço anual da empresa foi a inclusão de uma lista de nomes, fotos e biografias dos dirigentes da companhia.
Isso se segue a uma série de derrotas em concorrências e em tentativas de aquisição de ativos nos EUA, devido às suspeitas de alguns legisladores e funcionários do governo quanto à possibilidade de que a empresa servisse como fachada para as Forças Armadas chinesas. O fundador e presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, no passado serviu no corpo de engenharia do exército chinês.
Sun Yafang, que por muito tempo serviu como rosto público da empresa, vai manter seu posto de presidente do Conselho. A biografia dela, no entanto, não menciona o fato de que trabalhou para o Ministério de Segurança, o que reforçou as suspeitas norte-americanas quanto a possíveis elos entre a Huawei e o Estado chinês.
A Huawei não respondeu a perguntas que tentavam determinar se essa informação era falsa ou por que havia sido omitida da biografia.
Entre os integrantes da diretoria executiva está Meng Wanzhou, filha de Ren e vice-presidente financeira do grupo. Entre os membros do conselho supervisor está seu irmão Ren Shulu.
A identificação do pessoal sugere que a família de Ren desempenha papel significativo na gestão da companhia e deve calar, ao menos temporariamente, os boatos quanto a uma disputa pelo poder na Huawei.
Além de Ren, três outros veteranos da empresa, entre os quais Ken Hu, presidente do conselho de sua subsidiária nos EUA, são mencionados como vice-presidentes do conselho. O balanço também revela uma reestruturação no comando da companhia para sustentar uma expansão para além dos negócios tradicionais da Huawei.
Diante da desaceleração em seu principal campo de negócios -a venda de equipamento para infraestrutura de redes a operadoras de telecomunicações-, a Huawei tenta se tornar produtora importante de celulares e outros aparelhos móveis.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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