São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Vale quer atrair a MG sojicultor do Sul

Objetivo é viabilizar ocupação agrícola do noroeste de MG e gerar carga para as ferrovias FCA e Vitória-Minas

Estrutura pode receber 2 milhões de toneladas por ano; em 2009, a FCA transportou 250 mil toneladas de grãos

DE SÃO PAULO

A Companhia Vale do Rio Doce e sua subsidiária FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) iniciam no próximo dia 2 de setembro uma rodada por 16 cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul com a missão de convencer produtores de grãos a investir no noroeste de Minas Gerais.
A iniciativa tem dois propósitos principais: converter uma região de 60,9 mil quilômetros quadrados, formada por 22 municípios, numa nova fronteira agrícola e ampliar, em médio e longo prazo, o volume de carga transportado pela FCA.
O ramal de 135 quilômetros entre Corinto e Pirapora viabilizou a conexão da região noroeste mineira à EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas). A partir desse corredor, usado pela Vale para o transporte do minério de ferro, a produção agrícola mineira poderá alcançar o porto de Tubarão (ES).
A infraestrutura criou uma nova fronteira de produção agrícola e começa a servir de alternativa para o escoamento não só dos poucos produtores do noroeste de Minas Gerais mas também de Goiás e do oeste da Bahia.

TERMINAL DE GRÃOS
Além do ramal, a Vale instalou terminais de recebimento de grãos em Pirapora. Segundo Fabiano Lorenzi, gerente-geral comercial da Vale, a estrutura tem capacidade para movimentar até 2 milhões de toneladas/ano.
Daí a iniciativa de mobilizar produtores do Sul a considerar os investimentos em Minas Gerais. A Vale sustenta que o corredor oferece ao produtor uma redução de custo de até R$ 4 por saca para levar a produção ao porto.
Além disso, há uma linha de crédito de R$ 200 milhões do Banco do Brasil para custeio, investimento e comercialização da safra para quem apostar na região.
O governo de Minas também terá sua parte. Comprometeu-se a reformar 700 quilômetros de estrada e viabilizar a conexão com a base de embarque em Pirapora.

OCIOSO
O programa Pró-Noroeste poderá viabilizar a ocupação da infraestrutura da Vale, hoje ociosa. Em 2009, a FCA transportou 250 mil toneladas de grãos pelo novo corredor logístico, para uma região que gera 1 milhão de toneladas de grãos.
A previsão é que, neste ano, o volume suba para 650 mil toneladas. Mas, segundo estudo da companhia, o potencial de produção -só de soja- na região é de 6,5 milhões de toneladas.
Segundo o secretário de Agricultura de Minas Gerais, German Viana, a região ainda tem baixa ocupação: apenas 15% produz grãos.
"Hoje, os preços da terra na região estão em torno de R$ 1,5 mil o hectare. Mas não ficará nesse patamar por muito tempo", disse Viana. No Sul, há regiões com valores de R$ 10 mil/ha.
Além de gaúchos e paranaenses, a região pode ter estrangeiros. Iranianos visitaram o local atrás de 100 mil hectares, disse Viana.
(AGNALDO BRITO)


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