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commodities
Vale quer atrair a MG sojicultor do Sul
Objetivo é viabilizar ocupação agrícola do noroeste de MG e gerar carga para as ferrovias FCA e Vitória-Minas
Estrutura pode receber 2 milhões de toneladas por ano; em 2009, a FCA transportou 250 mil toneladas de grãos
DE SÃO PAULO
A Companhia Vale do Rio
Doce e sua subsidiária FCA
(Ferrovia Centro-Atlântica)
iniciam no próximo dia 2 de
setembro uma rodada por 16
cidades do Paraná e do Rio
Grande do Sul com a missão
de convencer produtores de
grãos a investir no noroeste
de Minas Gerais.
A iniciativa tem dois propósitos principais: converter
uma região de 60,9 mil quilômetros quadrados, formada
por 22 municípios, numa nova fronteira agrícola e ampliar, em médio e longo prazo, o volume de carga transportado pela FCA.
O ramal de 135 quilômetros entre Corinto e Pirapora
viabilizou a conexão da região noroeste mineira à
EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas). A partir desse corredor, usado pela Vale para o
transporte do minério de ferro, a produção agrícola mineira poderá alcançar o porto
de Tubarão (ES).
A infraestrutura criou uma
nova fronteira de produção
agrícola e começa a servir de
alternativa para o escoamento não só dos poucos produtores do noroeste de Minas
Gerais mas também de Goiás
e do oeste da Bahia.
TERMINAL DE GRÃOS
Além do ramal, a Vale instalou terminais de recebimento de grãos em Pirapora.
Segundo Fabiano Lorenzi,
gerente-geral comercial da
Vale, a estrutura tem capacidade para movimentar até 2
milhões de toneladas/ano.
Daí a iniciativa de mobilizar produtores do Sul a considerar os investimentos em
Minas Gerais. A Vale sustenta que o corredor oferece ao
produtor uma redução de
custo de até R$ 4 por saca para levar a produção ao porto.
Além disso, há uma linha
de crédito de R$ 200 milhões
do Banco do Brasil para custeio, investimento e comercialização da safra para
quem apostar na região.
O governo de Minas também terá sua parte. Comprometeu-se a reformar 700 quilômetros de estrada e viabilizar a conexão com a base de
embarque em Pirapora.
OCIOSO
O programa Pró-Noroeste
poderá viabilizar a ocupação
da infraestrutura da Vale, hoje ociosa. Em 2009, a FCA
transportou 250 mil toneladas de grãos pelo novo corredor logístico, para uma região que gera 1 milhão de toneladas de grãos.
A previsão é que, neste
ano, o volume suba para 650
mil toneladas. Mas, segundo
estudo da companhia, o potencial de produção -só de
soja- na região é de 6,5 milhões de toneladas.
Segundo o secretário de
Agricultura de Minas Gerais,
German Viana, a região ainda tem baixa ocupação: apenas 15% produz grãos.
"Hoje, os preços da terra
na região estão em torno de
R$ 1,5 mil o hectare. Mas não
ficará nesse patamar por
muito tempo", disse Viana.
No Sul, há regiões com valores de R$ 10 mil/ha.
Além de gaúchos e paranaenses, a região pode ter estrangeiros. Iranianos visitaram o local atrás de 100 mil
hectares, disse Viana.
(AGNALDO BRITO)
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