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ANÁLISE ENERGIA
Multiplicar ações é desafio para o Brasil manter liderança no setor de bioenergia
JOSÉ CARLOS GRUBISICH
ESPECIAL PARA A FOLHA
A relevância conquistada
pelo setor brasileiro de bioenergia é indiscutível.
O sucesso do carro flex,
que movimenta a escolha por
combustível mais competitivo nos postos do país, confirma as vantagens econômicas
do etanol.
As últimas iniciativas na
Europa e nos Estados Unidos
evidenciam que estão superadas as incertezas quanto ao
potencial de crescimento da
demanda internacional.
O desafio agora é preparar
o Brasil para assegurar a liderança no setor em curto, médio e longo prazos.
Essa evolução depende da
definição clara de uma matriz energética. Essa é a condição fundamental para a estruturação de planos como a
logística competitiva para o
escoamento da produção.
Nos próximos anos, as empresas devem preparar-se
para reforçar investimentos
em pesquisa e inovação, estimular fornecedores de bens
de capital e formar operadores de máquinas de última
geração em tempo recorde.
Não são tarefas fáceis. A
definição de política energética de longo prazo depende
de amplo e cuidadoso estudo
que estabeleça o papel e a importância de cada fonte de
energia no futuro do país.
A transparência desse planejamento garantirá a confiabilidade de investimentos
pelos mercados interno e externo.
A construção de um sistema logístico integrado é um
desafio latente. É preciso
unir forças para criar um alcoolduto que leve a produção de etanol do Centro-Oeste para outros centros consumidores.
Os benefícios do projeto,
avaliado em R$ 2 bilhões, envolvem a redução do custo de
transporte, do uso de diesel e
da emissão de CO2, além de
ser indispensável o reforço
na infraestrutura para a abertura dos mercados internacionais.
É essencial o fortalecimento das empresas de bens de
capital para que elas acompanhem o crescimento do setor de bioenergia.
A indústria precisa redinamizar sua gestão, criando
uma estrutura de capital adequada, financeiramente sólida e capaz de prover novas
tecnologias que elevem a
competitividade do etanol.
Hoje, o Brasil é o país mais
competitivo na produção de
energia renovável e é destaque na área de P&D, por meio
de institutos como o Centro
de Tecnologia da Cana.
Multiplicar tais ações é imperativo estratégico para
manter a liderança. É importante que os produtores aproximem-se ainda mais de iniciativas públicas e privadas
que invistam na evolução de
soluções biotecnológicas.
Respeitáveis conquistas
foram comemoradas nos últimos anos, mas o setor precisa de mais.
O espaço do etanol entre
os grandes consumidores
mundiais depende da iniciativa do Brasil em impulsionar
sua produção em outros países, garantindo confiabilidade, exportando experiências
e tecnologia.
Todos esses desafios precisam ser superados para que o
país consolide a liderança e
assuma o papel de protagonista mundial na produção
de energia limpa e renovável.
JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da
ETH Bioenergia.
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