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França decide intervir em refinarias paralisadas
Governo promete regularizar abastecimento de combustível em 4 dias
Estudante e aposentado engrossam protesto contra elevação da idade mínima para se aposentar a 62 anos
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
Estudantes, sindicalistas e
aposentados protestaram
ontem em vários pontos da
França contra a reforma da
aposentadoria. Para os sindicatos, o protesto de ontem foi
tão ou mais importante que o
do dia 12 passado, quando
3,5 milhões pessoas foram às
ruas em toda a França.
Os números oficiais apontam 1,1 milhão de manifestantes. O projeto do governo
eleva a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62
anos.
Segundo uma sondagem
publicada pelo jornal de esquerda "Libération", 79%
dos franceses desejam que
Sarkozy volte a negociar com
os sindicatos e 67% apoiam a
onda de paralisações.
Os trabalhadores do setor
de refinarias de petróleo que
encerraram a passeata parisiense ontem foram um dos
grupos mais aplaudidos pelos manifestantes e por pessoas nas calçadas. Todas as
12 refinarias francesas aderiram à greve e 2.500 postos de
gasolina estão com problemas de abastecimento.
Em resposta, o presidente
Nicolas Sarkozy convocou
uma nova reunião interministerial. A polícia vai intervir diretamente nos depósitos e refinarias bloqueados.
"A questão de abastecimento
será resolvida em 4 ou 5
dias", disse o premiê François Fillon. Ele reiterou que a
lei será votada e aprovada.
No setor de transportes, o
metrô parisiense operou em
ritmo quase normal. Já a circulação de trens regionais e
nacionais operou, em média,
com 40% a 50% da capacidade regular. Na manhã de ontem, a previsão de fluxo deve
ser semelhante.
Nos aeroportos, 50% dos
voos em Orly foram cancelados, e 30%, no Charles de
Gaulle. Os agentes aeroportuários aconselham os passageiros a telefonarem para
as companhias aéreas, já que
hoje ainda há previsão de
atrasos e anulações.
"A mobilização mais que
dobrou. Está claro que conseguimos passar nossa mensagem para os estudantes",
disse à Folha Massira Baradji, 19 anos, presidente do
FIDL, um dos principais sindicatos estudantis da França.
Os jovens foram convocados a participar do movimento em assembleias nas escolas e também via redes sociais como o Facebook.
Mas episódios de violência
se repetiram em Lyon. Um
grupo de jovens encapuzados ateou fogo em caçambas
de lixo e atacou policiais.
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