São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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França decide intervir em refinarias paralisadas

Governo promete regularizar abastecimento de combustível em 4 dias

Estudante e aposentado engrossam protesto contra elevação da idade mínima para se aposentar a 62 anos

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

Estudantes, sindicalistas e aposentados protestaram ontem em vários pontos da França contra a reforma da aposentadoria. Para os sindicatos, o protesto de ontem foi tão ou mais importante que o do dia 12 passado, quando 3,5 milhões pessoas foram às ruas em toda a França.
Os números oficiais apontam 1,1 milhão de manifestantes. O projeto do governo eleva a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos.
Segundo uma sondagem publicada pelo jornal de esquerda "Libération", 79% dos franceses desejam que Sarkozy volte a negociar com os sindicatos e 67% apoiam a onda de paralisações.
Os trabalhadores do setor de refinarias de petróleo que encerraram a passeata parisiense ontem foram um dos grupos mais aplaudidos pelos manifestantes e por pessoas nas calçadas. Todas as 12 refinarias francesas aderiram à greve e 2.500 postos de gasolina estão com problemas de abastecimento.
Em resposta, o presidente Nicolas Sarkozy convocou uma nova reunião interministerial. A polícia vai intervir diretamente nos depósitos e refinarias bloqueados. "A questão de abastecimento será resolvida em 4 ou 5 dias", disse o premiê François Fillon. Ele reiterou que a lei será votada e aprovada.
No setor de transportes, o metrô parisiense operou em ritmo quase normal. Já a circulação de trens regionais e nacionais operou, em média, com 40% a 50% da capacidade regular. Na manhã de ontem, a previsão de fluxo deve ser semelhante.
Nos aeroportos, 50% dos voos em Orly foram cancelados, e 30%, no Charles de Gaulle. Os agentes aeroportuários aconselham os passageiros a telefonarem para as companhias aéreas, já que hoje ainda há previsão de atrasos e anulações.
"A mobilização mais que dobrou. Está claro que conseguimos passar nossa mensagem para os estudantes", disse à Folha Massira Baradji, 19 anos, presidente do FIDL, um dos principais sindicatos estudantis da França.
Os jovens foram convocados a participar do movimento em assembleias nas escolas e também via redes sociais como o Facebook.
Mas episódios de violência se repetiram em Lyon. Um grupo de jovens encapuzados ateou fogo em caçambas de lixo e atacou policiais.


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