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CRÍTICA CIDADANIA
Guia faz abordagem ampla e útil dos direitos e deveres
Obra que debate política, impostos e consumo ganha edição atualizada
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE SÃO PAULO
Por que o brasileiro paga
impostos em níveis de volume escandinavos em troca de
serviços públicos em níveis
de qualidade africanos? Por
que a banda larga, o telefone,
a energia aqui são tão caros e
sua eficiência tão baixa?
Uma das respostas possíveis para essas contradições
pode estar no fato de que a
consciência da cidadania é
ainda bastante reduzida e
pouco disseminada no país.
A estrutura tributária no
Brasil faz com que muitas
pessoas mal percebam a
enorme quantidade de dinheiro com que sustentam os
seus governos.
Elas não se reconhecem
como contribuintes, desconhecem seus direitos, não
se organizam para fazê-los
valer ou para ampliá-los, não
participam da formulação e
da avaliação de políticas
públicas.
Por isso, são importantes
iniciativas para disseminar
noções básicas de cidadania.
É o caso do livro "Como Exercer Sua Cidadania", que a
editora Bei acaba de reeditar
em versão atualizada.
É um dos raros textos que
tratam, de maneira didática e
abrangente, desses temas essenciais para a nação se
construir de fato.
UTILIDADE
Sem uma sociedade participante, ativa, que reclame o
que lhe é de direito, os grandes avanços institucionais e
econômicos que o país obteve desde o fim do regime militar perderão muito de seu
significado.
"Como Exercer Sua Cidadania" traz uma ampla gama
de informações.
Trata de direitos e deveres
do cidadão, revê criticamente o arcabouço legal do país,
fala de impostos e consumo,
mostra quais são os instrumentos de que toda pessoa já
dispõe para ser mais ativa na
defesa e promoção de seus
direitos, sugere livros e filmes para ampliar o conhecimento e sensibilizar, fornece
endereços úteis e um útil
glossário.
RESUMO DA HISTÓRIA
Em alguns momentos, por
querer abarcar um universo
excessivamente grande, peca por superficialidade. Resumir a história da civilização em 18 páginas é tarefa da
qual quase ninguém conseguirá se sair com distinção e
louvor, e esse livro certamente não o consegue.
Outras vezes, teria sido recomendável evitar um viés
ideológico que mal se disfarça, embora não seja escandaloso. É o caso do capítulo dedicado ao "novo imperialismo norte-americano".
Se tivesse sido menos ambicioso na cobertura de fatos
e eventos da história universal e se concentrado no já
enorme campo brasileiro,
talvez o livro pudesse ser
mais eficiente.
Nada disso, no entanto,
lhe retira o enorme mérito de
ajudar a formar no Brasil a indispensável consciência de
consumidor, contribuinte e
cidadão, sem a qual o brasileiro continuará a pagar demais por muito pouco.
COMO EXERCER SUA
CIDADANIA
EDITORA Bei
QUANTO R$ 42 (254 págs.)
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