São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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CRÍTICA CIDADANIA

Guia faz abordagem ampla e útil dos direitos e deveres

Obra que debate política, impostos e consumo ganha edição atualizada

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE SÃO PAULO

Por que o brasileiro paga impostos em níveis de volume escandinavos em troca de serviços públicos em níveis de qualidade africanos? Por que a banda larga, o telefone, a energia aqui são tão caros e sua eficiência tão baixa?
Uma das respostas possíveis para essas contradições pode estar no fato de que a consciência da cidadania é ainda bastante reduzida e pouco disseminada no país.
A estrutura tributária no Brasil faz com que muitas pessoas mal percebam a enorme quantidade de dinheiro com que sustentam os seus governos.
Elas não se reconhecem como contribuintes, desconhecem seus direitos, não se organizam para fazê-los valer ou para ampliá-los, não participam da formulação e da avaliação de políticas públicas.
Por isso, são importantes iniciativas para disseminar noções básicas de cidadania. É o caso do livro "Como Exercer Sua Cidadania", que a editora Bei acaba de reeditar em versão atualizada.
É um dos raros textos que tratam, de maneira didática e abrangente, desses temas essenciais para a nação se construir de fato.

UTILIDADE
Sem uma sociedade participante, ativa, que reclame o que lhe é de direito, os grandes avanços institucionais e econômicos que o país obteve desde o fim do regime militar perderão muito de seu significado.
"Como Exercer Sua Cidadania" traz uma ampla gama de informações.
Trata de direitos e deveres do cidadão, revê criticamente o arcabouço legal do país, fala de impostos e consumo, mostra quais são os instrumentos de que toda pessoa já dispõe para ser mais ativa na defesa e promoção de seus direitos, sugere livros e filmes para ampliar o conhecimento e sensibilizar, fornece endereços úteis e um útil glossário.

RESUMO DA HISTÓRIA
Em alguns momentos, por querer abarcar um universo excessivamente grande, peca por superficialidade. Resumir a história da civilização em 18 páginas é tarefa da qual quase ninguém conseguirá se sair com distinção e louvor, e esse livro certamente não o consegue.
Outras vezes, teria sido recomendável evitar um viés ideológico que mal se disfarça, embora não seja escandaloso. É o caso do capítulo dedicado ao "novo imperialismo norte-americano".
Se tivesse sido menos ambicioso na cobertura de fatos e eventos da história universal e se concentrado no já enorme campo brasileiro, talvez o livro pudesse ser mais eficiente.
Nada disso, no entanto, lhe retira o enorme mérito de ajudar a formar no Brasil a indispensável consciência de consumidor, contribuinte e cidadão, sem a qual o brasileiro continuará a pagar demais por muito pouco.

COMO EXERCER SUA CIDADANIA
EDITORA Bei
QUANTO R$ 42 (254 págs.)


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