São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Deputado quer salvaguarda para trigo nacional

O setor de trigo brasileiro necessita de cláusulas e salvaguardas para poder sobreviver. É o que proporá Moacir Micheletto (PMDB-PR) na próxima segunda-feira na Câmara dos Deputados.
Os produtores vivem atualmente entre a falta de recursos por parte do governo e os efeitos da política das grandes indústrias nacionais, que privilegiam a compra do produto vindo do mercado externo.
Entre as salvaguardas que o deputado julga necessárias, estão a proibição de importações do cereal de agosto a dezembro, período de safra nacional.
Na avaliação dele, é necessária, ainda, a imposição de TEC (Tarifa Externa Comum) de 35% sobre o produto importado. A taxa é de 10% para importações fora dos países do Mercosul.
O deputado critica o governo ao afirmar que falta uma política de comercialização, o que causa grande gargalo no setor. Foi o que ocorreu nas duas últimas safras, quando os produtores não conseguiram vender o trigo colhido.
Da parte da indústria, o congressista afirma que há uma preferência pelo cereal importado, devido à conjugação de uma série de fatores como facilidade de crédito, boa oferta internacional, disposição do produto o ano todo e, neste momento, câmbio favorável às importações.
Na opinião de Micheletto, as salvaguardas de mercado são necessárias porque "trigo deve ser uma política de Estado, e não apenas de um governo".
Sem essas medidas, o produtor fica à mercê das leis de mercado. O trigo deve ter, no entanto, tratamento diferenciado dos demais produtos porque é uma questão de segurança alimentar, diz ele.
Quando o trigo foi desregulamentado e houve a desestatização dos setor, no início da década de 1990, já se previam cláusulas e salvaguardas na nova legislação, o que não ocorreu até hoje, afirma Micheletto.

Safra encerrada Pelo menos 150 usinas, das 323 do centro-sul, já estarão com as atividades encerradas no final deste mês, o que mostra um aceleração da safra.

Poucas Ao contrário da safra passada, poucas unidades manterão produção em janeiro de 2011. De novembro do ano passado ao final da safra 2009/10 foram moídos 100 milhões de toneladas de cana. Nesta safra, deverão ser apenas 60 milhões.

Reciclagem O setor de cana se reúne em Piracicaba na próxima semana para fazer uma avaliação dos indicadores do Consecana, que completa 13 anos.

Avanço Os produtores de Mato Grosso semearam 87% dos 6,1 milhões de hectares que serão destinados à soja na safra 2010/11. A região mais atrasada no Estado é a sudeste, com 68%.

Mais queda A arroba de boi gordo recuou para R$ 110,5 ontem, conforme cotações do Cepea.

Efeito China O aperto no crédito feito pela China afetou o mercado de commodities. A exigência do governo para que os bancos elevassem a taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual vai retirar dinheiro do sistema.

Aperto O aperto monetário provocou queda de 3% a 4% nas principais commodities negociada em Chicago. Em Nova York, o açúcar caiu 7,1%. O algodão, 4,5%.


Com KARLA DOMINGUES

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Mercado Interno

ARROZ
(R$ por saca) R$ 25,78

FEIJÃO
(R$ por saca) R$ 125,33

Londres

COBRE
(US$ por tonelada) 8.409

ZINCO
(US$ por tonelada) 2.132


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