São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Empreendedores precisam trabalhar lado racional e emocional do investidor

CESAR SIMÕES SALIM
ESPECIAL PARA A FOLHA

Para conseguir recursos, os jovens empreendedores brasileiros precisam trabalhar com o lado racional e com o emocional dos seus potenciais investidores.
Empreendimentos sociais buscam recursos para se viabilizarem e, também, para atingirem a autossuficiência, pois é difícil captar seguidas vezes do mesmo público ou manter sua prioridade.
Por exemplo, em programas como o Criança Esperança, o empreendedor consegue emocionar grande número de adeptos utilizando a mídia e redes sociais, apresentando objetivos que têm apelo para muitas pessoas.
Com isso, levanta-se o ímpeto de contribuir e se arrecada pouco de muita gente. Esse processo é denominado "crowdfunding", e já aparece em vários lugares.
No Brasil abre-se um caminho que pode ser animador, inclusive para ideias que cativem pessoas para empreendimentos culturais ou outros com fins lucrativos.
Entretanto, para o empreendedor empresarial conseguir recursos e iniciar sua empresa, tudo se passa mais pelo lado racional.
Em primeiro lugar, é usual contar com as economias da família e daqueles poucos amigos que foram convencidos de que o empreendimento estava fadado ao sucesso. Esse dinheiro é chamado "love money" [dinheiro do amor].
Por outro lado, para o empreendedor convencer investidores-anjos a colocar dinheiro e a disponibilizar sua experiência no negócio, é indispensável apresentar um plano de negócios bem construído. O investimento de anjos ainda é pequeno no Brasil e limitado a algumas redes de relacionamento.
Quando o empreendimento já comprovou sua viabilidade e necessita crescer, está na fase em que precisa ganhar escala, ampliando o seu mercado e adicionando produtos à sua carteira.
Esse é o momento em que se financia através dos fundos de capital semente, que estão começando a operar no Brasil. Nessa etapa da vida do empreendimento, o risco ainda é alto, mas os ganhos são elevados quando o projeto tem sucesso.
O próximo marco será quando o empreendimento atingir a etapa em que necessita ampliar seu capital para realizar projetos de crescimento agressivo, podendo até lançar ações em bolsa de valores. Esse é o momento em que os fundos de capital de risco, denominados venture capital, são os investidores adequados.
Ainda existem poucos casos de empresas brasileiras que nasceram nos últimos dez anos e que já conseguiram chegar a esse ponto.

CESAR SIMÕES SALIM é autor do livro "Construindo Planos de Empreendimentos" e coautor de "Implantando uma Empresa" e "Introdução ao Empreendedorismo".


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