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Entidades atacam mudança no celular
Institutos de defesa do consumidor dizem que proposta de criação de prefixo novo para SP não beneficia cliente
Sugestão seria modelo dos EUA, que derruba
preço de chamadas;
teles são contra, pois
receitas seriam afetadas
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
Associações de defesa do
consumidor enviam hoje à
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) carta em
que condenam a criação de
um prefixo adicional para os
celulares em São Paulo.
No documento, a que a Folha teve acesso, elas afirmam que a medida não beneficiará o consumidor e estudam uma alternativa.
Contudo, a consulta pública que busca contribuições
da população às mudanças
termina hoje. A proposta da
Anatel é a de criar o código
10 na Grande São Paulo.
Esse código funcionaria
paralelamente ao código 11,
que está prestes a ter saturado o número de linhas disponíveis. Além disso, seria adicionado um novo algarismo
a cada celular que já está habilitado na praça.
"Há outras medidas possíveis enquanto discutimos o
assunto com mais profundidade para que a mudança
possa depois ser usada pelos
outros Estados", diz Maria
Inês Dolci, coordenadora
institucional da Pro Teste
(Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).
Para a AET (Associação
dos Engenheiros de Telecomunicações), o cancelamento de celulares que ficam
mais de um mês inativos liberaria 1 milhão de linhas
por mês imediatamente.
A cada seis meses as operadoras costumam fazer essa
"limpeza" de sua base de
clientes inativos. A proposta
dos signatários da carta é
que a Anatel passe a autorizar esse cancelamento a cada três meses.
Para a AET, o ideal seria
dividir a Grande São Paulo
em regiões, como ocorre nos
Estados Unidos. Cada região
seria uma "central".
Um mesmo número de telefone (com oito dígitos) poderia ser usado em cada uma
das regiões por consumidores diferentes.
Na hora de fazer a chamada, bastaria digitar o código
da região seguido do número
do celular. Esse modelo poderia ser repetido em outros
Estados quando ocorrer o esgotamento de linhas.
INVESTIMENTOS
A Folha apurou que a
Anatel não chegou a considerar o modelo americano porque ele exigiria investimentos pesados das operadoras.
O modelo atual fará com que
elas gastem R$ 135 milhões
para adaptar suas centrais.
Além disso, seria preciso
calcular quanto da receita
das teles seria reduzida porque as chamadas entre municípios distantes dentro da
mesma região seriam locais,
e não mais de longa distância
(que custam mais).
Por isso, as teles resistem.
Uma chamada entre Juquitiba e Cotia seria local pela
proposta da AET. Segundo a
associação, pelo modelo da
Anatel, essa chamada continuaria sendo cobrada como
longa distância.
Assinam a carta a Pro Teste, o Procon-SP, o Indec Telecom (Instituto Nacional de
Defesa do Consumidor em
Telecomunicações), a AET e
a TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de
Serviços de Telecomunicações Competitivas).
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