São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Vaivém

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Cresce lobby contra subsídio a etanol nos EUA

O lobby contra os subsídios ao etanol de milho nos Estados Unidos ganha força.
O deficit público norte-americano e a necessidade de corte de gastos fortalecem os argumentos contra o pagamento de US$ 0,45 feito pelo governo por galão de etanol produzido.
A vigência do subsídio termina em 31 de dezembro, mas os produtores movimentam-se para mantê-lo por mais cinco anos. O instrumento foi criado em 1978 e é constantemente prorrogado.
Mas a campanha contra a política agora tem o respaldo da Comissão de Orçamento do Congresso norte-americano (CBO, na sigla em inglês).
Em relatório divulgado na quinta-feira, a comissão estima que o subsídio significou renúncia fiscal de US$ 6 bilhões no ano passado.
O grupo também levanta dúvidas sobre a eficácia do etanol de milho na redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa, já que o processo de produção e de distribuição utiliza combustíveis à base de petróleo.
Por essa razão, ambientalistas defendem que os recursos sejam utilizados para incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias.
"É preciso refletir sobre quão estratégico o etanol é como substituto ao petróleo", afirmou Craig Cox, vice-presidente do Grupo de Trabalho Ambiental (EWG), durante teleconferência para discutir o tema.
Para Plínio Nastari, da Datagro, esse debate pode abrir espaço para o Brasil.
Os EUA têm como meta de longo prazo atingir a produção de 136 bilhões de litros anuais de biocombustíveis. Neste ano, a produção deve ficar em 42 bilhões de litros e, caso o subsídio seja mesmo cortado, haverá menos incentivo para a produção.
E, como a atividade em etanol celulósico ainda é incipiente, os EUA podem ter de recorrer às importações.
"A posição do etanol de cana é privilegiada. Por ser mais eficiente na redução de emissão de carbono, pode complementar a produção americana", disse Nastari.

Amazônia legal 1 O Marfrig suspendeu a compra de gado de 170 fazendas localizadas a pelo menos um quilômetro de novos pontos de desmatamento no bioma amazônico. O frigorífico é um dos que assumiram compromisso de não comprar mais animais para abate de áreas de desmatamento ilegal.

Amazônia legal 2 Também com o objetivo de monitorar seus fornecedores, o grupo JBS vai contar com um sistema de imagens via satélite. A empresa já possui 31 fornecedores excluídos de seu cadastro por estarem em unidades de conservação ou em terras indígenas.

Óleo do vizinho As exportações de óleo de soja da Argentina cresceram 65% em junho, apesar da disputa comercial com a China, segundo o Oncca (Departamento Nacional de Controle Comercial Agropecuário do país), citado pela Reuters.

MILHO

Preço sobe e saca beira R$ 19 no mercado interno

Os preços do milho começam a reagir. Diferentemente das últimas semanas, o indicador Esalq/BM&FBovespa, elaborado pelo Cepea, subiu 4,34% nos últimos sete dias encerrados na segunda-feira (19), quando foi negociado a R$ 18,98 por saca de 60 quilos. O clima mais úmido na semana passada dificultou a colheita no Sul e no Sudeste, segundo o instituto. A expectativa de melhora nas exportações, favorecidas por intervenções governamentais e alta nos preços externos, também colaborou.

CAFÉ
-3,43%
Ontem, em Nova York

CACAU
-1,11%
Ontem, em Londres

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES



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