|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Classe C já usa internet como veteranos
Perfil de navegação da nova classe média é similar ao das classes A e B ao pesquisar produtos antes de comprar
Usuários buscam fotos e vídeos sobre produtos
e endereços de lojas,
além de comentários
no microblog Twitter
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Usuários de internet da
classe C já têm um perfil de
navegação semelhante ao de
internautas maduros, especialmente no que diz respeito
ao uso da rede como ferramenta de decisão para a
compra de eletrônicos.
Essa é uma das conclusões
do estudo da consultoria
americana TNS Research encomendado pelo Google Brasil e obtido com exclusividade pela Folha.
Segundo o levantamento,
conduzido com 500 pessoas
em São Paulo, 52% dos entrevistados da classe C utilizam
a internet como primeiro recurso para procurar produtos
eletrônicos, ante 63% dos
usuários avançados -os
"early adopters", cuja maioria (68%) é composta de internautas das classes A e B.
"O poder de compra que
está trazendo a classe C para
a economia vem ao mesmo
tempo em que os recursos da
internet estão mais maduros,
e isso influencia positivamente no uso", afirma Leonardo Tristão, diretor de vendas diretas do Google Brasil.
A relevância da rede é superior inclusive à pesquisa
nas lojas físicas, declarada
por 23% dos participantes como principal fonte de informação para a classe C.
As ferramentas de busca
são o principal local de procura de lançamentos de eletrônicos desses internautas,
indicada por 64% da base.
Esse percentual ultrapassa
inclusive a participação dos
buscadores entre os usuários
avançados (61%).
Segundo Tristão, desde
2008, as buscas relacionadas
a aparelhos de telecomunicações cresceram 98% no
Google, e as de produtos de
informática saltaram 120%.
O buscador não revela os números absolutos.
INTERAÇÃO
Entre as principais informações buscadas pelos
usuários da classe C, estão
fotos e vídeos sobre os produtos (60%), endereço do site
de lojas (34%) e de fabricantes (30%).
Opiniões de amigos também são consideradas no
momento de decisão sobre a
compra, segundo 45% dos
entrevistados.
Nesse contexto, as redes
sociais são fundamentais. De
acordo com o estudo, 50%
dos usuários da classe C
procuram comentários sobre
o produto no Orkut, e 17%,
no Twitter.
"O que se vê é um ciclo,
que pode começar a partir da
busca sobre o lançamento,
passando pela visualização
dos recursos e pela materialização do produto em vídeo, e
depois partindo para a opinião dos amigos", afirma
Tristão.
COMPRA OFF-LINE
Apesar da densa participação da internet para pesquisa
e consulta sobre produtos, a
rede ainda tem pouca penetração no ato da compra.
Segundo a pesquisa, apenas 22% dos entrevistados da
classe C pesquisaram e compraram os produtos na rede.
São consumidores como a
empregada doméstica Edenildes da Silva, 36, que há
dois anos tem computador
com internet em casa e recorre à rede para ganhar tempo.
Em geral, porém, costuma
realizar as suas compras nas
lojas tradicionais.
"Em vez de passar parte do
fim de semana rodando nas
lojas para pesquisar, olhei
primeiro na internet. Ganhei
tempo para ficar com o meu
filho", diz sobre dois celulares, adquiridos há menos de
seis meses.
Como motivação para a
compra on-line, os entrevistados da classe C citaram a
necessidade de mais segurança (48%) nos sites e melhores preços (40%).
Sites mais fáceis de navegar e de comprar também foram considerados por 26%
da base.
Entre os usuários avançados, principalmente das classes A e B, os fatores determinantes na compra são promoções e descontos (42%) e
melhores preços (40%).
Texto Anterior: Foco: Crise econômica mundial inspira roteiros de cinema Próximo Texto: Jovens na faixa de 18 a 24 anos representam 68% dos usuários Índice | Comunicar Erros
|