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commodities
Açúcar provoca mais filas e atrasos no porto de Santos
Recorde, exportação deve somar 21 mi de toneladas em Santos neste ano
Descarregamento ainda é feito com rodo; caminhões são maioria no transporte de açúcar, em que trens crescem
AGNALDO BRITO
DE SANTOS
Lentos, os vagões com
açúcar avançam terminal
adentro. Ligeiro, o funcionário corre para abrir a porta lateral do vagão. Uma coluna
de açúcar desaba. Parte das
55 toneladas foi para a estocagem, o resto só com a ajuda do rodo.
Uma parte do descarregamento de açúcar no porto de
Santos (SP), por onde devem
ser exportados 21 milhões de
toneladas neste ano, ainda
depende do rodo.
Funciona, mas leva tempo. Para esvaziar um vagão
nessas condições são gastos
quase 40 minutos.
"De fato, ainda existem
muitas composições que descem da zona produtora rumo
ao litoral com vagões antigos, inadequados para a logística do açúcar. Mas, aos
poucos, vamos aposentar esses vagões", afirma Carlos
Magano, diretor da Rumo Logística, empresa controlada
pelo grupo Cosan, a maior esmagadora de cana-de-açúcar
do país, por onde devem passar 9 milhões de toneladas do
produto neste ano.
A falta de oferta mundial
de açúcar trouxe para o Brasil praticamente todos os
compradores. O resultado foi
o entupimento da principal
porta de saída da produção.
A demanda provocou fila de
caminhões descendo a serra
e filas de navios fundeados
na entrada do canal do porto.
Nos últimos dias a situação melhorou. O longo período de estiagem permitiu o
carregamento de navios praticamente todos os dias, mas
nem isso impediu as longas
filas. Ontem, de 94 navios
que esperavam a vez para
atracar em algum ponto do
cais de Santos, 43 eram graneleiros para açúcar.
Segundo Carlos Kopittke,
diretor comercial da Codesp
(Companhia Docas do Estado de São Paulo), o porto de
Santos tem capacidade para
estocar atualmente quase
1 milhão de toneladas de açúcar, mas o grande problema
nem é esse.
O transporte rodoviário do
produto ainda é predominante. Hoje, 80% de todo o
açúcar que desce à Baixada
Santista chega de caminhão
e apenas 20% alcança a zona
portuária por trem.
"Há investimentos sendo
feitos para inverter essa situação", explica Kopittke.
INVESTIMENTOS
A Rumo Logística anunciou investimento de R$ 1,2
bilhão na compra de 1.108
vagões e 75 locomotivas.
A empresa também está
montando terminais para recebimento de açúcar e despacho em vagões na cidade
de Itirapina (interior de São
Paulo). Outros terminais serão construídos.
A empresa já recebeu 23 locomotivas e 725 vagões e prevê que terá condições de mudar o tipo de transporte em
até quatro anos. Cada vagão
tem capacidade para transportar 90 toneladas (três caminhões) e pode liberar a
carga no terminal em Santos
em apenas um minuto.
Um projeto em parceria
com a Copersucar, o segundo
maior terminal em Santos,
deve criar uma estrutura para recebimento de açúcar.
Associado ao maior uso de
trem para o transporte, a infraestrutura de escoamento
do açúcar pode dar conta dos
grandes volumes embarcados em Santos.
O aprofundamento do canal de navegação em Santos
também elevará o tamanho
dos navios -de 60 mil para
até 80 mil toneladas- que
podem atracar no porto.
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