São Paulo, terça-feira, 21 de setembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Agrícolas mantêm preços aquecidos e vão influenciar na decisão de plantio

Os preços externos das commodities agrícolas continuam aquecidos. Algumas, como o trigo e o milho, devido à redução de estoques. Outras, como a soja, porque a contaminação de preço de uma commodity para outra é inevitável.
Por trás disso estão os fundos de investimento, que aproveitam o momento do mercado e esquentam ainda mais os preços do setor.
O algodão, por exemplo, superou US$ 1 por libra-peso (454 gramas) pela primeira vez nos últimos 15 anos. Além de demanda aquecida e estoques baixos, a alta acelerada do produto se deve à posição de compra dos fundos, a maior em dois anos.
A soja superou US$ 11 por bushel (27,2 quilos) em Chicago nos contratos de janeiro, fechando a US$ 10,90. Apesar da safra recorde, a cotação da oleaginosa sobe e acompanha os preços do milho e do trigo.
É importante a soja seguir a alta do milho e do trigo, na avaliação do mercado consumidor. Caso contrário, a oleaginosa perderá área na hora de os produtores norte-americanos decidirem sobre o que plantar no ano que vem, comprometendo o abastecimento.
O mercado espera que essa alta de preços da soja já influencie os produtores da América do Sul, que estão em fase de plantio.

Bons tempos Há três meses -de junho a agosto- as exportações de carne bovina de Mato Grosso ficam próximas de 24 mil toneladas equivalente carcaça. Nos primeiros meses do ano, o volume estava abaixo de 15 mil toneladas.

De volta Luciano Vacari, da Acrimat, diz que grandes compradores, como Rússia e Venezuela, estão de volta. O apetite do Irã também é grande e o país assumiu o posto de segundo maior importador do Brasil.

Suínos Após boi e frango, agora é a vez de a carne suína começar a ganhar preço. Já há negócios a R$ 60 por arroba no mercado paulista e a alta de preço foi de 3% ontem, conforme pesquisa da Folha.

Tamanho menor A Apas (Associação Paulista de Supermercados) quer o fornecimento de batatas em sacas menores, de 25 quilos. Na avaliação do setor, a saca de 50 quilos dificulta o manuseio e aumenta as perdas.

Safra australiana ajuda a recompor oferta de trigo

Ao contrário do que ocorre na Europa e Rússia, a safra 2010/11 de trigo da Austrália foi revista para cima na avaliação deste mês da Abare, agência econômica do governo australiano.
Até junho, a estimativa era de uma safra de 22,2 milhões de toneladas, volume que a empresa elevou para 25,1 milhões neste mês.
Se confirmado, esse volume da Austrália fica próximo do recorde de 26,1 milhões de 2003/4, e alivia um pouco o deficit que será causado por Rússia e países europeus.
O aumento australiano é importante também porque a Argentina, que deverá melhorar a produção neste ano, começa a registrar problemas climáticos.

om KARLA DOMINGUES



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