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Reino Unido faz maior corte em 60 anos
Governo britânico pretende reduzir gastos em US$ 130 bi até 2015 e diminuir deficit dos atuais 10% para 2%
Idade mínima para aposentadoria será de 66 anos em 2020; EUA dizem que é cedo para dar fim a estímulos
Sang Tan/Associated Press
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Milhares de pessoas protestam em Londres contra plano de cortes do governo britânico
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo britânico anunciou ontem o plano de corte
no Orçamento mais radical
em 60 anos, em uma tentativa de reduzir o deficit recorde
e se unindo a diversos países
europeus que também tentam pôr suas contas em dia.
O projeto apresentado ao
Parlamento prevê redução
de 83 bilhões (cerca de
US$ 130 bilhões) no gasto público até 2015, afetando diversas áreas, como segurança pública e, em menor grau,
educação. Até a família real
teve seu orçamento cortado.
O novo governo, que está
no poder desde maio, pretende ainda cortar em 490 mil o
número de funcionários públicos, 8% do total, elevar
impostos e aumentar a idade
de aposentadoria de 65 para
66 anos a partir de 2020.
Com isso, pretende reduzir
o tamanho do rombo das
contas públicas, que caminha para 10,1% do PIB neste
ano fiscal. A previsão é que,
com os cortes anunciados, o
deficit público caia para 2,1%
do PIB no ano fiscal 2014-15.
"Hoje é o dia em que o Reino Unido se afasta do abismo", afirmou o ministro das
Finanças, George Osborne,
em discurso na Câmara dos
Comuns. De acordo com ele,
desistir de reduzir o deficit
"seria o caminho para a nossa ruína econômica".
As contas britânicas entraram em desordem especialmente a partir de 2008, quando o governo gastou bilhões
de libras para resgatar bancos, ao mesmo tempo em que
viu a sua receita encolher, já
que a economia entrou em
recessão devido à crise e a taxa de desemprego disparou.
O mesmo cenário se repetiu em diversos países europeus, e agora os governos
correm com medidas para diminuir o deficit, ainda mais
depois das preocupações
que tomaram conta dos mercados globais no primeiro semestre sobre a capacidade da
Europa de manter seus compromissos em dia.
SEM CONSENSO
Aumento da idade de aposentadoria, redução do número de funcionários públicos (e dos seus salários) e aumento de impostos são algumas das medidas de austeridade adotadas por governos,
de Alemanha a Grécia.
Mas, com a economia global ainda mostrando sinais
de debilidade, a redução do
estímulo não é consenso
nem entre economistas.
Enquanto os europeus nos
últimos meses vêm colocando em prática planos para reduzir seus gastos (e diminuir
o deficit), outros países, como os EUA, pregam que ainda não é hora de retirar o estímulo econômico.
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