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Múlti Pfizer compra 40% da Teuto, do Brasil
Por R$ 400 mi, grupo americano entra em fabricante nacional de genéricos
Multinacional pode adquirir 60% restantes após 2014; Pfizer quer se expandir em mercado popular com potencial
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Depois de uma longa negociação, cheia de "adaptações", a farmacêutica Pfizer
-multinacional americana- comprou 40% da brasileira Teuto, do segmento de
remédios genéricos.
A negociação foi fechada
em R$ 400 milhões.
Pelo acordo, a empresa
dos EUA pode comprar os
60% restantes do controle da
Teuto a partir de 2014.
Se a possibilidade não for
exercida, a brasileira tem opção de venda para a Pfizer em
2015. E, caso o negócio não
evolua de nenhuma das duas
formas, ambas as companhias estão livres para procurar outras oportunidades.
"As duas empresas flexibilizaram bastante as coisas e
surgiu um modelo de negócio que nunca fizemos no
mundo. Serve para que as
companhias, tão diferentes,
possam se conhecer mais",
disse Victor Mezei, presidente da Pfizer no Brasil.
CANAIS DE VENDAS
Pelo acordo, cada uma das
farmacêuticas tem direito de
incorporar itens do portfólio
da outra.
Assim, a Teuto poderá fabricar genéricos de moléculas da Pfizer. E a multinacional, colocar na sua linha produtos da brasileira.
A intenção da Pfizer é se
expandir no ramo de "farmácias independentes", espalhadas pelo Brasil, em que
tem pouca atuação. E até
vender os genéricos da Teuto
para outros emergentes.
A brasileira exporta hoje
para 11 países.
Ainda de acordo com a
Teuto, os genéricos já representam uma fatia de 60% de
todo o mercado farmacêutico
local, de R$ 24,7 bilhões.
AUMENTO DA RENDA
"Com o aumento da renda,
mais brasileiros poderão ter
acesso a remédios. E certamente essas pessoas devem
iniciar o consumo pelos genéricos", disse o executivo
da Pfizer.
Mezei ressaltou que o potencial do mercado farmacêutico doméstico é grande,
destacando que, hoje, representa apenas 3% do mundial
e 10% do americano.
A Pfizer tem reconhecida
atuação no segmento "de
marca", com seus medicamentos prescritos aos pacientes de forma específica
pelos médicos.
Já a Teuto cresceu principalmente por meio das farmácias independentes.
"Raramente um médico
prescreve uma molécula de
genérico. Ele coloca o nome
de um medicamento de marca e quem faz a troca pelo genérico é o farmacêutico", diz
Marcelo Henriques, presidente da empresa.
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