São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011 |
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ANÁLISE MOAGEM Elevar produção no campo é prioridade para setor de bioenergia JOSÉ CARLOS GRUBISICH ESPECIAL PARA A FOLHA O setor de bioenergia brasileiro se prepara para encerrar a safra 2011/12 com a previsão de moagem de cerca de 510 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, volume 8% inferior à safra passada, segundo dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Esse resultado demonstra que a área plantada hoje no país, em torno de 8 milhões de hectares, é insuficiente para atender à crescente demanda por etanol, estimulada pela frota flex de 14 milhões de unidades. Esse desequilíbrio é fruto da baixa produtividade agrícola, que sofre com o envelhecimento dos canaviais e com os impactos de variações climáticas desfavoráveis. Apesar de o setor bioenergético ter alcançado um novo patamar tecnológico, com modernas unidades agroindustriais espalhadas pelo país, as condições climáticas ainda representam papel importante na produção da matéria-prima. A estiagem ocorrida de abril a outubro de 2010, as condições climáticas adversas no começo deste ano, combinadas com a ocorrência de duas fortes geadas no início do último inverno, assim como o florescimento excessivo de boa parte dos canaviais, fizeram com que a queda da produtividade da safra atual fosse a maior dos últimos anos. Além isso, parte dos produtores enfrenta dificuldades para investir na renovação das áreas de canavial por falta de linhas de financiamento competitivas. O quadro atual evidencia a necessidade imediata de investimentos na renovação e na expansão da área plantada, que precisa, no mínimo, atingir 14 milhões de hectares em 2020 para abastecer o mercado brasileiro. Torna-se indispensável priorizar a produção de cana, ponto de partida da cadeia de valor da bioenergia. Nos próximos cinco anos, os produtores de etanol deverão investir maciçamente na renovação e na expansão de seus canaviais, desenvolver novas tecnologias de plantio e introduzir novas variedades de cana, mais bem adaptadas aos ambientes de produção das novas fronteiras agrícolas, buscando alta produtividade. Essa rápida retomada na produção de biomassa é possível e o Brasil tem competência para realizá-la. A ETH Bioenergia, por exemplo, tem plantado mais de 100 mil hectares de cana própria por ano, número recorde na história do setor de bioenergia. O maior desafio do setor de bioenergia é garantir a quantidade e a qualidade de matéria-prima necessária para a produção do etanol e a cogeração da energia elétrica com competitividade e sustentabilidade. A utilização de novas tecnologias, somada à expansão da área plantada com as melhores práticas agrícolas, permitirá que a produção de energia limpa e renovável seja protagonizada pelo Brasil. JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da ETH Bioenergia. Texto Anterior: Instituto cria novas espécies para o cultivo Próximo Texto: Odebrecht investe US$ 5 bi para explorar campos de petróleo Índice | Comunicar Erros |
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