São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2011

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Pessimismo com bancos faz a Bolsa cair

Papéis de instituições financeiras recuam sob a expectativa de aperto no crédito, depois do aumento nos juros

Nos EUA, balanço de bancos decepciona; BC faz nova operação que equivale a compra de dólar, mas moeda recua

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

Investidores se frustraram nesta semana com os resultados entregues por alguns dos principais bancos americanos, como o Goldman Sachs, o Wells Fargo e, ontem, o Bank of America.
No caso dessa instituição financeira, o prejuízo saltou de US$ 194 milhões no trimestre final de 2009 para US$ 1,2 bilhão nos últimos meses do ano passado.
Essas cifras decepcionantes foram "compensadas", em parte, pelos números da General Electric, que revelou um lucro de US$ 4,4 bilhões no quarto trimestre, mais de 50% acima dos ganhos no fechamento de 2009.
A Bolsa de Nova York subiu 0,4%, e nos mercados europeus as ações avançaram entre 0,5% e 1,3%.
A brasileira Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), no entanto, não seguiu pelo mesmo caminho e fechou em queda de 0,6%.
Foram as ações dos maiores bancos do país que ajudaram a derrubar o índice Ibovespa, com perdas de quase 1%. O mercado está um pouco mais pessimista sobre a expansão do crédito para os próximos meses.
"O Banco Central aumentou os juros básicos em 0,5 ponto [percentual] e isso realmente estava dentro das expectativas. O problema é que ele enfatizou no comunicado [pós-reunião do Copom] que vai adotar também outras medidas para conter a inflação, e o mercado não reagiu bem", diz Renato Bandeira de Mello, gerente de renda variável da corretora Futura.
Analistas entenderam que o governo pode, por exemplo, exigir que os bancos deixem mais dinheiro parado no BC (depósito compulsório), reduzindo o volume de recursos disponível para crédito.
O dólar comercial subiu apenas 0,05% ontem, para R$ 1,673, apesar da atuação intensa do BC, que comprou moeda dos agentes financeiros e vendeu novamente contratos de "swap cambial reverso" -operações que equivalem a compras de moeda, mas no futuro.
Ontem à noite, o BC já avisou que vai oferecer mais desses contratos de "swap" na segunda-feira.


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