São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2010

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Petrobras investirá 144% mais que seu valor em Bolsa

SAMANTHA LIMA
DO RIO

Apoiada na oferta de ações prevista para as próximas semanas, a Petrobras planeja investir US$ 224 bilhões entre 2010 e 2014, na expectativa de se tornar uma das cinco maiores empresas de energia do mundo.
O valor é 28% acima dos US$ 174,4 bilhões que planejou investir entre 2009 e 2013. Representa, ainda, 144% do quanto ela vale na Bolsa de Valores -US$ 155 bilhões.
A alta dos investimentos se deve à inclusão de novos projetos de exploração e produção, além da ampliação da capacidade dos projetos de refino, dentre outros. "É um plano desafiador, grande, mas acreditamos sermos capazes de implementá-lo", disse o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli.
Em março, a empresa havia informado que investiria até US$ 220 bilhões no período. O valor final superou a cifra. "O conselho de administração da empresa autorizou o aumento do teto porque temos 686 projetos", disse.
A área de exploração e produção terá 53% dos recursos, US$ 118,8 bilhões. Refino e transporte consumirão US$ 73,6 bilhões, ou 32,8%. O setor de gás e energia levará US$ 17,8 bilhões, ou 8%.
A área de biocombustíveis, inclusive etanol, levará US$ 3,5 bilhões, ou 2% do montante -incluídos os R$ 420 milhões da sociedade na Usina São Martinho, anunciada ontem (leia mais à pág. B7). Os projetos no pré-sal levarão US$ 33 bilhões e no pós-sal, US$ 75,2 bilhões.
A Petrobras prevê produzir 3,9 milhões de barris por dia no mundo em 2014, dos quais 241 mil no pré-sal. Em 2009, a empresa produziu 2,5 milhões de barris por dia, sendo 2 milhões no Brasil.
A empresa acredita que superará, em 2020, a produção de Exxon, BP, Chevron e Shell -as maiores empresas de capital aberto. Passaria de oitava para quinta maior empresa de energia do mundo.
A previsão de investimentos já sai defasada: não inclui os projetos nos 5 bilhões de barris em reservas que a Petrobras receberá do governo nem as áreas que serão concedidas no pré-sal sob o novo regime, de partilha.
Dos investimentos, US$ 58 bilhões virão de emissão de títulos de dívida (debêntures) e da capitalização pela oferta de ações, que aguarda a sanção presidencial e a definição do preço de cada um dos 5 bilhões de barris que receberá da União.


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