|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
A geração de novos empregos e a agenda futura do país
O BRASIL CONSEGUIU COM ÊXITO ENFRENTAR A CRISE, COM UM DESEMPENHO INÉDITO NO PERÍODO REPUBLICANO
CLAUDIO SALVADORI DEDECCA
ESPECIAL PARA A FOLHA
O mercado de trabalho se
assemelha a uma escala de
cores, tendo as situações de
desemprego aberto e de emprego formal como polos.
Ambas se apresentam como termômetros valiosos do
comportamento de curto prazo do mercado de trabalho e
da atividade econômica.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados cumprem
com competência uma das
funções. Uma vez mais seus
resultados revelam a capacidade atual da economia brasileira em dinamizar o mercado formal de trabalho.
Quase 300 mil postos foram criados em maio, movimento que se espraia nas diversas regiões geográficas do
país e na estrutura produtiva
como um todo.
Tendo alcançado 1,2 milhão de postos nos cinco primeiros meses, é cada vez
mais provável que 2,5 milhões de novos postos sejam
criados em 2010.
O Brasil conseguiu com
êxito enfrentar a crise, com
um desempenho inédito no
período republicano.
Alguns elementos estruturais contribuíram para o bom
resultado, como a estabilidade de preços, o baixo endividamento externo com reserva adequada de divisas e associado à capacidade de exportação, a gestão do endividamento interno com controle das contas públicas apesar
da taxa de juros estratosférica e a quase total autonomia
energética.
Ademais, as políticas de
fortalecimento da base produtiva e do mercado interno
foram decisivas para tal desempenho, devendo receber
menção aquelas de financiamento do investimento privado, de ampliação da infraestrutura, de difusão do
crédito produtivo e ao consumo, de salário mínimo e de
transferência de renda.
Apesar dos resultados,
não se deve tomar como eterna a capacidade de esses instrumentos dinamizarem o
mercado formal de trabalho.
É fundamental que o país
elabore políticas de longo
prazo visando fortalecer a relação entre a atividade econômica e geração de emprego, como ações para a qualificação da mão de obra e a associação do padrão de investimento à geração de empregos, visando o aumento da
produtividade.
As agendas das candidatas e do candidato à Presidência são uma boa oportunidade para começar a enfrentar tal desafio.
CLAUDIO SALVADORI DEDECCA é
professor titular do Instituto de Economia
da Unicamp, com especialidade em
trabalho e políticas sociais.
Texto Anterior: Contratações registram 5º recorde seguido Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Cruz e caldeirinha no G20 Índice
|