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Yuan sobe no 1º dia após flexibilização
Moeda chinesa avança 0,43% em relação ao dólar, perto do teto permitido, na maior variação em cinco anos
China anuncia mudança na política cambial em meio a críticas de que moeda desvalorizada
produz desequilíbrios
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
No primeiro dia útil após o
BC da China ter anunciado a
flexibilização da taxa de
câmbio, o yuan se valorizou
em 0,43%. Apesar da variação pequena, foi o maior índice dos últimos cinco anos.
A valorização se aproximou do teto permitido -a
moeda pode variar diariamente no máximo 0,5% para
cima ou para baixo, a partir
do ponto de referência.
O comportamento de ontem indica que o BC chinês
deve manter a linha anunciada anteontem, um dia depois
do anúncio da flexibilização,
de que a taxa de câmbio ficaria "basicamente estável".
A maior parte das análises
no mercado projeta uma valorização do yuan entre 2% e
5% até o final deste ano.
"Não existe a flutuação livre do yuan neste momento,
portanto o governo não fará
nenhuma megavalorização", disse à Folha Zheng
Xin Li, do Centro Chinês para
Intercâmbio Econômico Internacional da China. Ele
aposta num tipo de flutuação
menos atrelada ao dólar e
com variações maiores em
relação a outras moedas.
EUA e União Europeia creditam ao yuan desvalorizado
grande parte do desequilíbrio no comércio global, ao
tornar as exportações chinesas artificialmente mais baratas, ao mesmo tempo em
que reduz o poder de compra
no mercado interno.
"A China tenta manter a
competitividade das exportações à custa de um "dumping" cambial que arrasa os
produtores de outras partes
do mundo, em especial com
o Brasil", diz Ricardo Martins, do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp.
Segundo estudo da Fiesp,
o yuan tem desvalorização
artificial de 40%, "o que faz
com que o 0,43% anunciado
esteja muito longe do ideal".
Para a sino-brasileira Stephanie Yu, da empresa de exportação e importação Sinobras, a pequena valorização
terá pouco impacto no comércio bilateral -em 2009 a
China se converteu no maior
parceiro comercial do Brasil.
"Os principais produtos de
exportação brasileira para
China são commodities e
produtos básicos como insumos. Como a economia chinesa depende da importação
desses produtos, a pequena
valorização da moeda chinesa não afetará o volume de
exportação vindo do Brasil."
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