São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Galpão vira incubadora de negócios em SP

Investidores criam campus para empresas iniciantes de tecnologia, que compartilham custos e aprendizagem

Ideia é investir e abrigar até 11 empresas de até R$ 25 milhões em faturamento nos próximos dois anos

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Encravado em uma rua industrial da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, onde até a década de 1980 estavam grandes metalúrgicas, o galpão da Warehouse Investimentos pouco lembra a modernidade do Vale do Silício.
O exterior rústico, porém, contrasta com a infraestrutura tecnológica e o cenário futurista das salas de vidro com as telas de cristal líquido que monitoram, em tempo real, mercados, finanças e transações das empresas iniciantes que funcionam no local.
"Trata-se de um campus do conhecimento. O galpão permite agrupar diversas empresas, e as paredes de vidro permitem o intercâmbio de ideias, essenciais para as pequenas crescerem", diz Pedro Melzer, sócio da Warehouse.
Inspirada num formato tipicamente americano, que serviu de base para dezenas de gigantes atuais do setor de tecnologia, a Warehouse inaugura no Brasil um modelo que aproxima a incubação de empresas nascentes e os fundos de investimento.
A intenção da companhia, criada pelos empresários Pedro Melzer, Moisés Herszenhorn, Rodrigo Baer e Hélio Guimarães, é investir em até 11 empresas em dois anos.
O objetivo é impulsionar negócios nas áreas de tecnologia -comércio eletrônico, games e pagamento móvel- e energia limpa. "Essa é uma incubadora com pé na realidade. Os investidores ficam ao alcance dos empresários, disponíveis para debater o crescimento", diz Baer.
No galpão de 2.000 metros quadrados, o grupo pretende abrigar empresas com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 25 milhões. A intenção é investir cerca de R$ 10 milhões em participações minoritárias de três empresas já neste mês com recursos que virão de fundos de investimento. No momento, 65 empresas estão em fase de triagem.
Os recursos para a compra de participação são captados com investidores privados.
O espaço também mantém um centro compartilhado para que as empresas possam usar serviços financeiros, contábeis e jurídicos.
Pelos serviços, aluguel do espaço e infraestrutura de água, internet e luz, podem pagar entre R$ 7.000 e R$ 20 mil por mês.

VALE DO SILÍCIO
A ideia de criar a Warehouse veio quando os quatro brasileiros se conheceram em 2006 durante o MBA na universidade americana Kellogg School, onde estudaram a dinâmica do capital de risco.
"Vimos que existia um espaço no Brasil com o DNA realmente do capital de risco, com a intenção de preparar o empreendedor a fazer com que ele enxergue suas obrigações", diz Melzer.
Após concluir o curso, em 2007, cada um seguiu uma trajetória profissional, e, em outubro do ano passado, o grupo passou a se dedicar apenas à Warehouse.
Há reuniões diárias de até 30 minutos para acompanhamento de projetos e disciplina com o plano de negócios.
"Nossa missão é fazer o negócio acontecer. As empresas terão mortalidade menor", diz Baer.


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