São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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Economia criativa adota Vila Leopoldina

Grifes de moda, produtoras e agências de publicidade ocupam galpões na região; preço e localização são atrativos

Até os anos 90, espaço era ocupado por têxteis e metalúrgicas; preço sobe menos devido à lei de zoneamento

Rodrigo Capote - 4.jul.11/Folhapress
O estilista Valdemar Iodice no galpão que abriga a sede da marca, na Vila Leopoldina

CAROLINA MATOS
CAMILA FUSCO

DE SÃO PAULO

Planejando quadruplicar o faturamento em até quatro anos, a Iodice, empresa de moda, precisava de espaço.
Os 5.000 m˛ que a grife tinha no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, não eram mais suficientes. Além disso, ficaram irresistivelmente atrativos para venda a uma incorporadora, que vai construir ali um empreendimento residencial.
O galpão de 7.900 m˛ na Vila Leopoldina, também na zona oeste, foi um "achado", diz Valdemar Iodice, diretor de criação e presidente da companhia. "O acesso para os clientes de fora de SP é excelente. Foi preciso reformar tudo, mas mantivemos a atmosfera menos formal."
Mais companhias têm valorizado esse perfil "descolado" dos galpões da Vila Leopoldina, que foram ocupados, principalmente, por indústrias têxteis e metalúrgicas até a década de 1990.
Nos últimos três anos, no embalo do boom imobiliário, que jogou para cima os preços em endereços tradicionais, o bairro se tornou atrativo para companhias que podem se instalar em prédios considerados "alternativos".
O valor médio de venda do metro quadrado de um galpão na Leopoldina, embora tenha disparado, é o mais baixo das principais regiões de SP com imóveis de mesmo perfil, empatando com Alphaville, segundo levantamento da imobiliária Herzog para a Folha.
"Os preços nessa região da Leopoldina não subiram tanto por causa da lei de zoneamento, que não permite construções maiores, como as de prédios residenciais", diz Simone Santos, diretora de serviços corporativos da Herzog.
Hoje, é possível construir o equivalente a apenas uma vez e meia a área do terreno.

VIZINHANÇA
Agências de publicidade e até produtoras de cinema fazem parte da vizinhança. Dois quarteirões da avenida Mofarrej, perto do Ceagesp -maior entreposto de distribuição de alimentos da América Latina-, abrigam pelo menos quatro produtoras.
Uma delas é a New Content. A empresa trocou um andar de escritórios convencionais na Vila Olímpia por um galpão com pé-direito duplo na Leopoldina.
Já a agência de publicidade Neogama/BBH se instalou na antiga sede de 5.000 m˛ da BIC, fabricante de materiais de escritório.
"Pensei em criar um local que materializasse o conceito de fábrica de ideias", diz Alexandre Gama, presidente da agência.


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