São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

China desindustrializa agronegócio dos EUA

A desindustrialização no setor agropecuário não é um fenômeno brasileiro. A presença da China nas importações de matérias-primas é tão grande que o país começa a imprimir novo relacionamento comercial no setor. Até os Estados Unidos já apresentam essa desindustrialização.
Em 1976, pelo menos 31% dos produtos do agronegócio exportados pelos EUA eram de alto valor agregado. O percentual foi crescendo e atingiu 50% no início dos anos 1990. No início da década de 2000, após ter atingido 72% em 1999, começou a perder força. Está em 61%.
Parte dessa perda de industrialização -tanto do Brasil como dos Estados Unidos e da Argentina, grandes produtores de grãos- ocorre porque os chineses impõem barreiras aos produtos industrializados, preferindo a matéria-prima para processamento em seu território.
Além disso, a industrialização chinesa tem custos bem menores. Isso dificulta a competitividade dos grandes produtores de matérias-primas em relação à China.
O Brasil também é uma dessas vítimas. A participação dos básicos brasileiros, em relação ao total das exportações, que era de 23% em 2000, já está em 47% neste ano. A comparação inclui todas as matérias-primas, e não somente as do agronegócio.
Os argentinos também sentem a mão da China. Entraram em uma pendência comercial com os chineses porque queriam exportar mais óleo processado do que grãos.
A participação dos chineses no comércio de matérias-primas é tão grande que, após estarem no topo das compras de produtos exportados por Brasil e Argentina, passaram a ser os maiores importadores também dos Estados Unidos. Nos anos 1990, a China estava na oitava posição -o Japão era o líder.

Grande peso Os chineses já são responsáveis pela compra de 15% das exportações agropecuárias dos Estados Unidos. Gastaram US$ 17,5 bilhões no ano passado.

Ainda na lista Até 2009, os canadenses eram os principais importadores. Mexicanos e japoneses também estão no topo da lista.

Quanto sobe Em 1990, as compras chinesas de produtos norte-americanos no setor de agronegócio somavam US$ 818 milhões. Os números atuais indicam alta de 2.042%. Já as compras dos japoneses, então líderes naquele ano, apenas dobraram.

Soja Grande parte dos gastos dos chineses nos EUA é com a compra de soja que, neste ano fiscal (de setembro a junho), já soma 24 milhões de toneladas.

Total As importações chinesas de soja de todas as origens somaram 23,7 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, 8% menos do que em 2010.

Abaixo de US$ 1 O algodão foi negociado a valor inferior a US$ 1 por libra-peso ontem em Nova York. O mercado já não estava mais acostumado a esse valor. O algodão superou US$ 1 por libra-peso em setembro de 2010.

Frango A demanda não é forte, mas ainda dá sustentação ao frango vivo nas granjas paulistas. O quilo foi a R$ 1,85 ontem. A alta ocorre em um período de aceleração nos custos de produção.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES


Londres
Petróleo

(Dólar por barril) 117,51

Cobre
(Dólar por tonelada) 9.607

Mercado Interno
Soja

(Reais por saca) 42,28

Milho
(Reais por saca) 25,10

COM KARLA DOMINGUES


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