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Cresce demanda por imóvel de alto luxo
Casas de até R$ 45 milhões viram opção de investimento e criam mercado exclusivo de "butiques imobiliárias"
Setor é beneficiado pelo aumento do crédito e deve crescer 30% no ano; assinatura de arquiteto é chamariz
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
Pé-direito de mais de três
metros, área útil de algumas
centenas de metros quadrados, projeto assinado por um
arquiteto de renome.
Essas são características
valorizadas por quem busca
uma casa de luxo para morar
em São Paulo.
Além disso, são indispensáveis acabamento de primeira linha, isolamento térmico e acústico e sistema de
automação -dos portões ao
controle da iluminação.
E é desejável mais de meia
dúzia de vagas na garagem.
Os pré-requisitos básicos
de uma residência de alto padrão na capital paulista jogam o preço do metro quadrado para entre R$ 9.000 e
R$ 12 mil, segundo imobiliárias especializadas.
Assim, um imóvel desse tipo não sai por menos de
R$ 2,5 milhões. "E o valor pode superar R$ 45 milhões",
diz Alexandre Villas, sócio-diretor da Imóvel A.
A casa mais cara disponível hoje para venda na imobiliária de Villas, avaliada em
R$ 35 milhões, tem mais de
20 vagas na garagem.
O terreno de 5.000 metros
quadrados ocupa uma quadra inteira em um dos endereços mais valorizados de
São Paulo: o Jardim Guedala.
O bairro fica perto de outros também cobiçados pelo
público do segmento de luxo: Jardim Europa, Jardim
América e Cidade Jardim.
Villas diz que esse mercado tem crescido no país,
acompanhando o boom que
atingiu os demais segmentos
imobiliários. E deve ter expansão de 30% durante este
ano.
"No primeiro semestre
deste ano, comercializamos
154% mais do que no mesmo
período de 2009", diz.
E a projeção da empresa é
manter o ritmo de crescimento no fechamento do ano,
chegando a R$ 225 milhões
em vendas.
CRÉDITO PARA O LUXO
André Souyoltigis, diretor
da sede Jardins da imobiliária da Coelho da Fonseca, diz
que o aumento do crédito
tem sido responsável também pelo impulso nas vendas de alto padrão.
Segundo ele, de 60% a
70% dos imóveis negociados
pela imobiliária têm alguma
parcela de financiamento.
"Há três anos, não eram mais
de 20%", diz. E destaca que
há casos curiosos.
"Já fechei negócio, entre
dois banqueiros, de um imóvel no valor de R$ 5 milhões,
cuja compra foi 100% financiada", conta Souyoltigis.
"Prova de que, com taxas
atrativas, compensa, mesmo
para quem pode pagar à vista, aplicar o dinheiro e manter o financiamento", completa.
VALOR ARTÍSTICO
A Axpe, que se define como "butique imobiliária",
possui na carteira imóveis de
até R$ 14 milhões.
O dono da empresa, José
Eduardo Cazzarin Silva, diz
que o público atendido sabe
dar "o devido valor artístico"
aos projetos arquitetônicos.
O publicitário decidiu investir no negócio de olho em
uma demanda por "atendimentos mais personalizados".
No portfólio da imobiliária
de Cazzarin está uma casa de
750 metros quadrados e R$ 7
milhões no bairro City Butantã, localizado na zona oeste
de São Paulo.
Com projeto dos arquitetos
Alice Martins e Flávio Butti, o
imóvel possui três suítes com
varanda e um terraço do tamanho de muitos apartamentos de dois dormitórios:
50 metros quadrados.
"Selecionamos os estilos
que agradam aos nossos
compradores, que são principalmente o moderno e o contemporâneo", diz Cazzarin.
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