São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

commodities

Tempo do petróleo barato ficou para trás, aponta estudo

Custos elevados de produção e reservas cada vez mais complexas a explorar impulsionam custo do barril

Trabalho prevê que o preço mundial da matéria-prima subirá 43% até o fim desta década, para US$ 127

PEDRO SOARES
DO RIO

Com custos cada vez maiores de produção e reservas mais complexas de serem exploradas, a era do petróleo barato ficou para trás, aponta estudo da consultoria Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos.
No Brasil, porém, preços mais altos abrem espaço para viabilizar a extração de óleo do pré-sal, afirma Carlos Assis, sócio da Ernst & Young.
A nova fronteira, diz, é exemplo de área com alto custo de extração pelas maiores profundidades e distância do continente, além das condições inóspitas dos reservatórios, que exigem mais investimento em tecnologia.
A previsão é que o preço do óleo no mundo suba 43,1% até 2020, saltando de um patamar médio de US$ 89 o barril em 2010 para US$ 127 o barril no fim da década.
Esse aumento assegura investimentos de US$ 250 bilhões para o pré-sal -cifra que considera somente os projetos anunciados e os gastos das petroleiras.
O estudo mostra que os custos mais altos serão determinantes na trajetória ascendente do preço da commodity, já que o consumo crescerá apenas 2% até 2020.
"O tempo do petróleo barato passou. Os custos de extração aumentam a cada dia", afirmou Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos.
Quase a totalidade do aumento do consumo ocorrerá em economias emergentes. Nos EUA, por exemplo, a expectativa é de redução de 15% diante da substituição por outros combustíveis e medidas de eficiência energética.
No Brasil, a previsão é de uma expansão de 29% no consumo até 2020, puxado pelo crescimento econômico mais acelerado e pela inclusão de novos consumidores.
Graças ao pré-sal, o país também terá destaque no aumento da oferta da matéria-prima. A produção crescerá 77%, e o Brasil passará a responder por 5% da oferta mundial -atualmente esse percentual não chega a 2%. Para o consumidor, o repasse dos preços do petróleo para a gasolina, afirma o estudo, dependerá da decisão de se atrelar mais ou menos ao mercado internacional.
Mantido o atual cenário de não alinhar os preços automaticamente e segurar reajustes, o aumento da gasolina será moderado. O litro da gasolina subirá de R$ 2,5 para R$ 2,9 em 2020.
No caso do etanol, o litro irá de R$ 1,57 para R$ 1,69 o litro. O aumento mais fraco leva em consideração a elevação da oferta do produto e o estímulo à produção no mercado brasileiro com o fim dos subsídios nos EUA.


Texto Anterior: Mídia 2: UOL fará assembleia geral em 5 de outubro
Próximo Texto: Análise/Mercado: Fluxos financeiros impactam os preços de commodities
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.