São Paulo, sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Após novas medidas, dólar vai a R$ 1,70

Dólar avança 1,61% depois de o governo fechar "brechas" que permitiam a investidor estrangeiro contornar IOF

Analistas, no entanto, esperam nova queda da moeda; mercado aguarda novas ações para segurar o real

TONI SCIARRETTA
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

O dólar voltou ontem a R$ 1,70, três semanas após romper esse piso por conta da capitalização da Petrobras.
A reação se deve ao efeito acumulado das medidas já tomadas pelo governo contra a valorização do real.
É consenso entre profissionais que mais iniciativas virão nos próximos dias, especialmente após terminado o calendário eleitoral.
"Se continuar esse fluxo bastante positivo de recursos, certamente o governo vai ter que tomar medidas mais drásticas", disse Felipe Pellegrini, gerente do banco Confidence.
Ontem, o dólar subiu 1,61% -maior alta desde maio em apenas um dia.
O movimento não impressionou: espera-se que o dólar volte a cair nos próximos dias.
Para Maurício Molan, economista do Santander, é pouco provável que o aumento do IOF para estrangeiro tenha um efeito duradouro no câmbio. "É como se houvesse várias torneiras e o governo escolhesse entupir apenas uma", disse.
Por outro lado, Molan reconhece que a depreciação global do dólar incomoda as principais nações do mundo, sendo improvável que continue com o mesmo ritmo.
O BC anunciou duas medidas para fechar "brechas" que permitiam aos estrangeiros contornar o IOF de 6%: proibiu aluguel, troca ou empréstimo de ativos (títulos, valores mobiliários e ouro) e instituiu uma "operação fictícia" de câmbio na venda de ativos para fazer caixa e depositar garantias.
Para o presidente da Bolsa, Edemir Pinto, as medidas desestimulam as operações de hedge (proteção) cambial, inclusive dos investimentos das empresas.
"Há um ano, o governo lançou o IOF para ações. Diziam que tinha acabado o mercado. Mas não acabou."


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