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Após novas medidas, dólar vai a R$ 1,70
Dólar avança 1,61% depois de o governo fechar "brechas" que permitiam a investidor estrangeiro contornar IOF
Analistas, no entanto, esperam nova queda
da moeda; mercado
aguarda novas ações
para segurar o real
TONI SCIARRETTA
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO
O dólar voltou ontem a
R$ 1,70, três semanas após
romper esse piso por conta
da capitalização da Petrobras.
A reação se deve ao efeito
acumulado das medidas já
tomadas pelo governo contra
a valorização do real.
É consenso entre profissionais que mais iniciativas virão nos próximos dias, especialmente após terminado o
calendário eleitoral.
"Se continuar esse fluxo
bastante positivo de recursos, certamente o governo
vai ter que tomar medidas
mais drásticas", disse Felipe
Pellegrini, gerente do banco
Confidence.
Ontem, o dólar subiu
1,61% -maior alta desde
maio em apenas um dia.
O movimento não impressionou: espera-se que o dólar
volte a cair nos próximos
dias.
Para Maurício Molan, economista do Santander, é
pouco provável que o aumento do IOF para estrangeiro tenha um efeito duradouro
no câmbio. "É como se houvesse várias torneiras e o governo escolhesse entupir
apenas uma", disse.
Por outro lado, Molan reconhece que a depreciação
global do dólar incomoda as
principais nações do mundo,
sendo improvável que continue com o mesmo ritmo.
O BC anunciou duas medidas para fechar "brechas"
que permitiam aos estrangeiros contornar o IOF de 6%:
proibiu aluguel, troca ou empréstimo de ativos (títulos,
valores mobiliários e ouro) e
instituiu uma "operação fictícia" de câmbio na venda de
ativos para fazer caixa e depositar garantias.
Para o presidente da Bolsa, Edemir Pinto, as medidas
desestimulam as operações
de hedge (proteção) cambial,
inclusive dos investimentos
das empresas.
"Há um ano, o governo
lançou o IOF para ações. Diziam que tinha acabado o
mercado. Mas não acabou."
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