São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Indústria quer discutir 'fase 2' do biodiesel

Consolidada a mistura de 5% de biodiesel ao diesel, as indústrias processadoras de óleo querem começar a "fase 2" do programa. "É hora de refletir e pensar nos próximos passos", diz Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
A produção de biodiesel, que deve chegar a 2,6 bilhões de litros neste ano, está calcado na soja, que representa 84% da matéria-prima utilizada pelo setor.
A produção de biodiesel do Brasil utiliza 1,96 milhão de toneladas de óleo de soja.
Trigueirinho diz, no entanto, que haverá uma diversificação maior no leque de matérias-primas a serem utilizadas, com a palma ganhando importância.
Ele destaca que o país deveria pensar mais a longo prazo e estabelecer metas para 2020. Eventuais mudanças nessa programação, como antecipação no percentual de mistura estabelecido, poderiam ser decididas pelo Conselho Nacional de Política Energética. "Foi o que já ocorreu com a antecipação da mistura de 5%, cuja previsão era apenas para 2013."
"O setor necessita de um horizonte claro", diz ele. O estabelecimento desse programa, que deve ser discutido com o governo, viabilizaria tanto os investimentos da parte agrícola como o aproveitamento maior da utilidade de capacidade de moagem das indústrias.
Uma das vantagens do avanço desse programa seria a agregação maior de valor às matérias-primas que seriam utilizadas na produção do óleo, aumentando a industrialização interna e diminuindo as exportações de grãos, segundo ele.
Foi o caminho tomado pela Argentina, que já está com percentual de mistura de 7% e exporta 1,8 milhão de toneladas de biodiesel para a Europa. As exportações argentinas são viáveis, no entanto, porque o governo dá tratamento tributário diferenciado para o biodiesel, reduzindo a tributação.

Financeiro Continua a desconfiança de que os problemas financeiros não serão resolvidos rapidamente na Europa. Com isso, as commodities voltaram a cair ontem no exterior.

Disparou A exceção foi o café, que, mesmo com a notícia de boa safra no Brasil, subiu 5,7% ontem. A alta foi provocada pelos baixos estoques mundiais, os menores na década.

Confinamento O número de animais confinados nos Estados Unidos subiu para 11,3 milhões no início deste mês, 5% mais do que em igual período do ano passado.

Bezerros Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), que registrou 7 milhões de novilhos e bezerros confinados.

Soja A área a ser semeada na safra 2011/12 deverá atingir 24,8 milhões de hectares, o que deve gerar 75,4 milhões de toneladas, segundo a Safras & Mercado.

Com THIAGO FERNANDES

Agco anuncia fábrica na Argentina

Mais uma empresa de máquinas agrícolas que atua no Brasil amplia presença na Argentina, que tem fechado as portas às exportações de produtos brasileiros desse setor.
A multinacional americana Agco anunciou investimentos de US$ 140 milhões para a construção de nova fábrica de tratores e motores no país vizinho. O montante será aplicado ao longo dos próximos cinco anos e inclui, também, recursos para o financiamento de clientes e de fornecedores.
A empresa vai produzir no país veículos das marcas Challenger, Massey Ferguson e Valtra, que serão destinados ao mercado interno e também para exportação, inclusive para o Brasil. Quando finalizada, a nova fábrica produzirá 3.500 tratores por ano -aumento de 50% sobre a produção atual.
John Deere e New Holland também seguiram o mesmo caminho neste ano.



Texto Anterior: Análise Citricultura: Suco de laranja atinge novo patamar de preços no exterior
Próximo Texto: Aeroportuários racham e mantêm greve em Viracopos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.