São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

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Aeroportuários racham e mantêm greve em Viracopos

Equipes de Guarulhos e Brasília retornam ao trabalho antes do período programado para o fim da paralisação

Setor industrial da região de Campinas é o principal prejudicado com acúmulo de carga no pátio de aeroporto

DO ENVIADO A CAMPINAS
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

Funcionários do aeroporto de Campinas (Viracopos) não aceitaram a proposta do governo de voltar a negociar benefícios trabalhistas no processo de concessão e preferiram manter a greve.
A decisão dos aeroportuários de Campinas rachou o movimento, liderado pelo Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários).
Nos aeroportos de Brasília e Guarulhos, os trabalhadores não somente aceitaram proposta do governo como também suspenderam a paralisação no final da manhã.
A programação era que a greve nos três aeroportos se estendesse por 48 horas, até a 0h de hoje.
Segundo o diretor de administração da Infraero, José Eirado, com a decisão de Campinas, fica suspenso o convite do governo para negociar um prazo maior de estabilidade no emprego após os leilões de concessão à iniciativa privada, que devem ocorrer até janeiro.
A situação em Viracopos pode deixar como principal vítima o parque industrial da região de Campinas. Passam pelo aeroporto 800 toneladas de carga diariamente, a maior parte insumos para as fábricas.
Em dois dias de movimento, com a paralisação praticamente total dos terminais de exportação e importação de Viracopos, acumularam-se mais de 1.500 toneladas de produtos nos pátios da Infraero, em Campinas.
Essa situação pode se agravar no começo da semana.

SEM ESTOQUES
O setor industrial tem usado os pátios de Viracopos para receber e despachar produtos e insumos sem a necessidade de manter estoques em suas fábricas.
A interrupção no fluxo de recebimento ou despacho compromete rapidamente o ciclo de produção.
Depois de chamar a paralisação de 48 horas, o sindicato não conseguiu na tarde de ontem convencer os trabalhadores de Viracopos da necessidade do recuo para manter a negociação na próxima quarta-feira, em Brasília.
Na reunião, o sindicato tentaria negociar prazo de estabilidade no emprego para além dos 12 meses inicialmente oferecidos pelo governo federal.
A categoria em Campinas não considerou que essa oferta justificasse o fim da greve e acusou os líderes sindicais de não estarem comprometidos com a categoria.
Em assembleia tensa e cheia de acusações, a única deliberação que foi aceita pelos grevistas foi a de manter a greve, agora, por tempo indeterminado.
(AGNALDO BRITO, MARIANA BARBOSA E CAROLINA SARRES)



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