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Investimento produtivo no exterior cresce
DE SÃO PAULO
A combinação de real valorizado e crise nos países
desenvolvidos tem levado a
uma aceleração do processo de internacionalização
de empresas brasileiras.
De janeiro a setembro, os
investimentos produtivos
de empresas brasileiras no
exterior atingiram um valor
recorde de US$ 17 bilhões,
segundo dados do BC.
Esse foi o montante que
deixou o país com a finalidade de adquirir ou aumentar a participação no capital
de companhias no exterior.
Com real forte e ativos à
venda a preços baratos no
exterior, empresas brasileiras têm aproveitado para se
expandir além das fronteiras, segundo especialistas.
"Hoje é possível comprar
ou aumentar a participação
em empresas lá fora por valor muito mais barato em
reais do que no passado",
afirma André Sacconato, da
consultoria Tendências.
Vultosos empréstimos do
BNDES para criar grandes
"campeãs" nacionais também têm contribuído, diz.
Para Antonio Côrrea de
Lacerda, da PUC-SP, o retorno dos investimentos produtivos direcionados a países ricos só ocorrerá no longo prazo, por conta da persistência de um processo
lento de recuperação no
mundo desenvolvido.
Por isso, embora estejam
expandindo operações no
exterior, multinacionais
brasileiras têm evitado aplicar sobras de caixa lá fora, o
que vem alimentando a tendência de empréstimos de
recursos para matrizes.
Para Rita Mundim, da
Fundação Dom Cabral, o
real forte tem provocado
um "êxodo das bases operacionais" da indústria brasileira. Mas o baixo custo do
capital lá fora e os altos juros domésticos têm feito filiais enviarem recursos.(EF)
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