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Brasil ainda sofre para atrair turista estrangeiro
Câmbio desfavorável é hoje principal entrave
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
Enquanto o gasto de brasileiros no exterior bate recordes seguidos, o Brasil ainda
enfrenta dificuldades para
atrair turistas estrangeiros.
Números do BC mostram
que as despesas de brasileiros nessas viagens cresceram
230% nos últimos cinco
anos, muito acima da expansão de 50% nas receitas obtidas com visitantes de outros
países. A diferença, que gerava receita de US$ 350 milhões em 2004 ao país, provoca deficit de US$ 7 bilhões.
A taxa de câmbio, que torna o Brasil mais caro para estrangeiros e o exterior mais
barato para brasileiros, é
apontada por empresas do
setor como o principal fator
para essa diferença. Além
disso, a crise global interrompeu o crescimento do turismo estrangeiro no país, verificado desde 2002.
Apesar da recuperação ante 2009, a receita com turismo estrangeiro neste ano segue abaixo do patamar verificado no mesmo período de
2008. Já os gastos brasileiros
no exterior cresceram 30%
ante o período pré-crise.
Turistas americanos e europeus, regiões mais atingidas pela crise, respondem
hoje por 6% da ocupação de
resorts no Brasil -era 30%
há quatro anos.
"Essa participação já vinha caindo desde 2006 e agora chegamos ao fundo do poço. No Sul, o turismo argentino e chileno cobriu parte,
mas Nordeste depende muito
da Europa", diz o presidente
da Resorts Brasil (associação
do setor), Rubens Régis.
Para especialistas, o aumento das viagens de brasileiros no próprio país faz com
que o setor não precise reduzir preços para atrair estrangeiros (como ocorre na América Central); outros entraves
são burocracia, custos maiores e falta de voos diretos.
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