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UE e FMI dão ajuda financeira à Irlanda
Depois de resistir a socorro, país solicita ajuda e deverá receber algo entre € 80 bi (R$ 188 bi) e €90 bi (R$ 211 bi)
Como contrapartida
ao auxílio, instituições poderão exigir mais cortes de gastos e aumento de impostos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional
concordaram com o pedido
de ajuda financeira feito ontem pela Irlanda.
"As autoridades europeias
concordaram com o nosso
pedido", afirmou à noite o
primeiro-ministro irlandês,
Brian Cowen. Ele disse esperar que a ajuda chegue nas
próximas semanas.
Os ministros das Finanças
dos países da UE acreditam
que o auxílio trará estabilidade econômica à zona do euro.
Estima-se que a ajuda ficará entre € 80 bilhões (R$
187,7 bilhões) e € 90 bilhões(R$ 211,1 bilhões) . As
partes ainda negociam os termos do acordo.
Se confirmado, o valor ainda será inferior ao que foi disponibilizado neste ano para
a Grécia ( 110 bilhões).
Com uma população de
4,5 milhões, uma ajuda de
90 bilhões equivaleria a
20 mil para cada irlandês.
O anúncio encerrou longa
especulação sobre a negociação, que foi pressionada devido ao aumento dos problemas no setor bancário do
país. De início, a Irlanda negava a necessidade do pacote, por entender que poderia
acarretar perda de soberania.
Uma questão que ainda
não foi definida é quais condições serão exigidas em troca da ajuda. O premiê irlandês disse que mais cortes de
gastos e aumento de impostos deverão ocorrer.
"Os contribuintes serão
bastante punidos e muitas
pessoas perderão seus empregos", relatou Michael
Noonan, chefe financeiro do
Fine Gael, principal partido
de oposição da Irlanda.
Outra preocupação é que o
pacote possa mitigar ainda
mais os depósitos bancários.
De acordo com os bancos
centrais da Europa e da Irlanda, seis instituições financeiras irlandesas têm aumentado dependência de financiamentos externos para compensar a queda no volume de
depósitos, gerada pela crise
de confiança no sistema financeiro.
A solvência das instituições deve ser o assunto mais
discutido para definir os termos da ajuda.
Cowen observou que seria
desejável que depósitos fossem efetuados em um fundo
de contingência. No entanto,
a UE e o FMI podem optar por
uma solução mais radical,
que envolveria fusões e vendas dos bancos.
CRISE
A Irlanda enfrenta neste
ano um deficit público de
32% do PIB (Produto Interno
Bruto), devido ao custo das
ajudas governamentais ao
setor bancário, muito afetado pela crise financeira internacional.
Para reduzir o deficit à meta europeia, de menos de 3%
até 2014, o governo prevê para os próximos quatro anos
uma economia de 15 bilhões. Mas como o governo
tem maioria parlamentar frágil, analistas temem um veto.
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