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Governo vai passar a testar e a avaliar café
Novas regras estabelecem padrões de pureza e qualidade mínimos
Fabricante que não atender aos critérios terá lotes recolhidos e será autuado; governo poderá fechar indústria
GABRIEL BALDOCCHI
DE BRASÍLIA
As marcas de café comercializadas no país terão de
passar no teste de qualidade
com um provador profissional da bebida. O Ministério
da Agricultura publica nesta
semana instrução normativa
que prevê padrões de pureza
e qualidade mínimos.
O teste será feito aleatoriamente com amostras retiradas das prateleiras do comércio. O governo vai checar ainda se o fabricante obedece ao
teto de 1% para as impurezas, que passará a ser exigido
na norma.
Provadores vão avaliar as
características sensoriais do
café. Os testes servem para
apurar desde aroma e acidez
até a finalização para apontar o gosto predominante na
boca. A metodologia é inédita no mundo e se assemelha
àquela usada pelos sommeliers na avaliação de vinhos.
A pureza do café é medida
hoje pela Abic (Associação
Brasileira da Indústria de Café), que atesta o cumprimento do teto com um selo. Segundo a instituição, 1.040
das 2.300 marcas nacionais
são certificadas.
Nos casos em que a auditoria da Abic encontrou irregularidades, as impurezas variaram de 5% a 25%.
Além de oficializar e expandir a auditoria de pureza,
o governo vai incorporar a
metodologia para checagem
de qualidade do café. Cerca
de 180 técnicos que fazem a
classificação dos grãos serão
treinados para monitorar o
produto industrializado.
Os fiscais vão inspecionar
as linhas de produção das fábricas e as amostras coletadas no comércio serão enviadas para um laboratório.
AUTUAÇÃO
A gradação do teste varia
de 0 a 10 pontos. A escala
classifica os produtos como
tradicional, superior e gourmet. O governo exigirá um
mínimo de 4 pontos (tradicional). Os fabricantes que
não atenderem aos critérios
terão os lotes recolhidos e serão autuados. Em caso de
reincidência, o ministério poderá fechar a indústria.
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