São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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Pós-guerra atrai US$ 3,5 bilhões em capitais brasileiros

Corrente comercial entre Brasil e Angola alcança cifra de US$ 4,2 bi em 2008, mas cai com a crise do petróleo

Em torno de 30 mil brasileiros emigraram para Angola nos últimos anos atraídos por altos salários pagos em dólar

DO ENVIADO A ANGOLA

Atraídos pela alta rentabilidade dos novos negócios, investidores brasileiros correm para Angola para aproveitar o boom econômico.
Estima-se que a pacificação do país tenha sido suficiente para atrair cerca de US$ 3,5 bilhões (R$ 6,55 bilhões) em investimentos e crédito para empresas.
Só o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) abriu uma linha especial de crédito no valor de US$ 1,75 bilhão para financiar o conteúdo brasileiro levado a Angola. O banco informa que US$ 1,5 bilhão já foi liberado.
Deu resultado. A corrente comercial entre os países passou de US$ 211 milhões em 2002 (ano da pacificação definitiva de Angola) para US$ 4,2 bilhões, em 2008.
No ano passado, o fluxo comercial caiu para apenas US$ 1,4 bilhão devido à crise internacional que atingiu o mercado do petróleo.
O crescimento da participação brasileira na economia angolana ampliou a emigração de brasileiros. A embaixada brasileira afirma que 30 mil brasileiros vivem atualmente em Angola.
Gente como o arquiteto Paulo Tinelli, 50, que trabalha em projetos imobiliários sofisticados no rico e novo bairro de Talatona, na zona nobre de Luanda, a capital.
Ou como Cláudio Vieira Rodrigues, que saiu das fazendas de grãos em Barreiras, no oeste da Bahia, para abrir as savanas do interior de Angola e montar do zero uma fazenda onde por anos ouviram-se rajadas de fuzis.
A 450 quilômetros de Luanda, o grupo Odebrecht, hoje a organização privada que mais emprega em Angola, constrói, em parceria com o governo angolano e empresários locais, dois grandes projetos agropecuários.
O primeiro é uma fazenda para plantação de milho e uma unidade para a produção de fubá e ração.
O segundo, uma usina de açúcar de US$ 200 milhões que vai processar 4 milhões de toneladas de cana, cultura que cresce ao redor das Pedras Negras de Pungo Andongo, antigo refúgio para as forças do MPLA.
A Camargo Corrêa também prepara a construção de uma fábrica de cimento, chamada Palanca, nome de um antílope símbolo da cultura angolana.
(AB)


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