São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2011

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ANÁLISE

Consumidores físicos e virtuais têm os mesmos direitos


O CRESCIMENTO DO ACESSO BANCÁRIO PELA INTERNET NÃO DEVE SERVIR DE ÁLIBI PARA MAU ATENDIMENTONAS AGÊNCIAS


MARIA INÊS DOLCI
COLUNISTA DA FOLHA

Os bancos têm impelido seus clientes a realizar a quase totalidade de suas transações pela internet.
Em princípio, isso congrega os interesses dos banqueiros -reduzir custos com prédios, equipamentos e pessoal- e dos correntistas -de evitar filas para pagar contas, enviar ordens de pagamento, conferir os extratos e fazer investimentos.
Outras vantagens são mais segurança pessoal e o funcionamento ininterrupto.
Recentemente, os bancos criaram a isenção de tarifas na modalidade de conta virtual, mas que só pode ser movimentada por meios eletrônicos: caixas eletrônicos, internet, central telefônica automática e celular.
Além disso, devem garantir ao consumidor segurança e qualidade de acesso para as transações financeiras, com investimento constante em tecnologia da informação. Cabe, ainda, aos bancos a responsabilidade por eventuais perdas sofridas em golpes virtuais, exceto quando houver negligência do correntista, claramente identificada.
Clientes físicos ou virtuais são iguais para o Código de Defesa do Consumidor. Ou seja, não podem receber cartões não solicitados, nem cobranças de tarifas que não constem dos contratos.
Também não devem ser forçados a adquirir seguros e outros produtos como contrapartida a empréstimos -a prática que é comumente chamada de chamada venda casada.
Vale igualmente para os que acessam o internet banking o direito à informação e o aviso com antecedência de mudança de regras, como ocorre com quem entra nas filas bancárias.
Atenção, consumidores: não tentem limitar as idas aos caixas, sacando muito dinheiro em espécie, pois facilita roubos, sequestros-relâmpago e outros crimes.
Ao contrário, solicitem ao banco um limite menor para transações diárias, inclusive na internet.
Atenção, banqueiros: o crescimento do acesso pela internet não deve servir de álibi para atendimento ineficiente, nem para as longas filas castigarem as pessoas que teimarem em ir ao banco convencional.
Esse é um direito de qualquer correntista, por mais que haja opções na internet. E esse direito não pode ser desconsiderado.
Afinal, em um país em que mais de 40 milhões sequer têm conta-corrente, há que se considerar que nem todos dispõem de computadores pessoais, embora seu uso venha aumentando exponencialmente.
Algumas pessoas ainda têm dificuldade para usar um simples terminal de autoatendimento, quanto mais as agências na web.
Isso posto, o banco tradicional não pode perder qualidade em atendimento, e tampouco em serviços.
Na agência de tijolos ou de bits, os interesses do cliente sempre deveriam prevalecer.


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