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Empresas fazem pré-venda casada de TV 3D no Brasil
Fnac diz ter abolido prática; Sony faz vendas de aparelhos por meio de "combos", ilegais segundo o Procon
MARINA LANG
DE SÃO PAULO
As pré-vendas de televisão
3D começaram casadas no
Brasil. Tipificada como crime, a prática foi identificada
pela Folha nas ofertas de
duas empresas: a varejista
Fnac e a fabricante Sony.
Ambas montaram pacotes
nos quais a TV é vinculada a
"combos" que implicavam a
compra de aparelho Blu-ray
e de filmes, junto aos óculos
de imagens tridimensionais.
Na análise sobre os anúncios de pré-venda da TV 3D
de ambas as fornecedoras, os
técnicos do Procon classificaram-nas como casadas
(quando o fornecedor condiciona a aquisição de um produto à compra de outro).
A reportagem também
apurou que o órgão está
abrindo uma investigação
sobre o modo de operação
das pré-vendas no Brasil.
A venda casada infringe o
Código de Defesa do Consumidor e é crime. A lei 8.137/
90 prevê pena de até cinco
anos de detenção ou multa.
A Fnac, que anunciou a
pré-venda de TVs 3D Samsung (cujo preço chegava a
R$ 16 mil) junto a um combo
de R$ 1.668 no fim de abril,
admitiu a prática, mas disse
que foi escolha da Samsung,
abolida no início de maio,
após reclamações.
Hoje, o consumidor pode
optar pelo aparelho 3D e os
óculos, sem Blu-ray e filmes.
Já a Sony, que oferece a TV
também por até R$ 16 mil,
com quatro óculos, um Blu-ray player, dois filmes em
Blu-ray e jogos em Playstation 3, admitiu que oferece só
o "combo" na pré-venda.
Questionada, disse que os
preços se referem só às TVs e
que os demais produtos são
brindes, "comercialização de
acordo com as normas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor".
"As duas estão caracterizadas como venda casada,
principalmente pelo aparelho de Blu-ray, porque não
há necessidade de comprá-lo. Da forma que está anunciada aqui, não dá oportunidade para o consumidor",
afirma Carlos Coscarelli, assessor-chefe do Procon-SP.
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