LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Seis meses após sua estreia e com resultados modestos, o primeiro jornal criado exclusivamente para iPad lançou uma nova versão e uniu-se ao maior site de música da Europa, o Spotify, para se alavancar. Desde quinta, o "Daily" se parece mais com um jornal impresso.
A versão 1.1 pode ser baixada na loja de aplicativos da Apple gratuitamente (a assinatura semanal do jornal custa US$ 0,99, e a anual, US$ 39,99) e busca atender a reclamações do leitores.
Entre elas, iniciar a partir da capa (em vez de abrir em um carrossel de páginas) e poder ser retomado a partir da última página vista pelo usuário (em lugar de remetê-lo ao início). O jornal agora também conta com um índice por editoria.
Desde seu lançamento, em janeiro, o "Daily" não revelou números de audiência e assinaturas. Analistas do setor suspeitam que o jornal ainda não esteja se comportando como esperado, e em maio um dos executivos responsáveis afirmou que ainda havia US$ 10 milhões em investimentos a cobrir.
O "Daily" foi aclamado como aposta para o futuro dos jornais, mas, embora seu formato, desenvolvido para o iPad, tenha amealhado elogios de especialistas e leitores, seu conteúdo não conseguiu o mesmo eco.
O laboratório Nieman de jornalismo, ligado a Harvard, notou uma queda da repercussão do jornal em tablet nas redes sociais, sobretudo no Twitter, entre o fim de janeiro e o final de março (último dado disponível).
O jornal é editado pela News Corp., a empresa do bilionário de mídia Rupert Murdoch que atualmente está na berlinda por um escândalo envolvendo escutas telefônicas no Reino Unido e, suspeita-se, nos EUA.
Em uma jogada de marketing, o "Daily" casou a nova versão com "convites" a seus leitores para o Spotify, um serviço de música virtual sob demanda que acaba de ser lançado nos EUA.
O site criado em 2008 na Suécia, que diz ter mais de 10 milhões de assinantes na Europa e que oferece mais de 15 milhões de canções, só dá acesso a quem é convidado, nas versões paga e gratuita.


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