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EUA querem meta para contas externas
Proposta americana para o G20 tem como alvo principal a China e quer que saldo represente até 4% do PIB em 2015
Governo chinês ainda não se manifestou sobre o plano, apoiado pelo Reino Unido; Alemanha e Japão estão reticentes
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em um plano que tem como alvo claramente a China,
o governo norte-americano
quer que os países do G20
adotem um limite para o seu
saldo em conta-corrente.
A proposta foi apresentada pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em carta aos demais membros do
G20, que se reúne a partir de
hoje na Coreia do Sul.
O secretário americano
não mencionou qual seria a
meta para o saldo em conta-corrente (soma das balanças
comercial e de serviços e de
transferências unilaterais),
mas, segundo o ministro japonês Yoshihiko Noda, ele
representaria superavit/deficit de até 4% do PIB em 2015.
Ainda que o plano seja
aceito pelo G20, os países
não são obrigados a colocá-lo em prática, já que acordos
do grupo não têm força de lei.
A ideia, que vem ganhando força nos EUA desde
2009, é que a economia global (especialmente a asiática) não seja tão dependente
das importações americanas.
Os EUA, mesmo com a crise, foram o maior importador
global no ano passado, ao
comprar 12,7% de todas as
vendas externas. Mas isso
significa que o país acumula
deficit comercial (que só neste ano é de US$ 427 bilhões).
No documento, Geithner
diz que os países com "superavit persistentes devem adotar políticas estrutural, fiscal
e cambial para incentivar as
fontes internas de expansão
e apoiar a demanda global".
Por outro lado, os países
com deficit (como os EUA)
devem elevar as taxas de
poupança, por meio de alta
das exportações e estabilizando o endividamento.
Ou seja, a intenção é reduzir os desequilíbrios globais.
Mas o principal destino da
carta da Geithner é a China e
a sua relutância em deixar
sua moeda, o yuan, se valorizar mais fortemente.
"Países emergentes com
moedas significativamente
subvalorizadas e reservas
adequadas precisam deixar
suas taxas cambiais se ajustar plenamente para níveis
adequados aos fundamentos
econômicos."
Ao transferir o foco para os
desequilíbrios comerciais, os
EUA visam tirar as atenções
sobre o yuan e trazer os chineses para a mesa de negociação para discutir o equilíbrio da economia mundial.
Países como Reino Unido,
Canadá e Austrália já declararam apoio à proposta americana. A Alemanha e o Japão, grandes exportadores,
mostraram-se reticentes. A
China não se manifestou até
o fechamento desta edição.
A China tem superavit em
conta-corrente de 4,7% do
PIB, e a Alemanha, de 6,1%.
EUA e Reino Unido têm deficit. O Brasil tem deficit de
2,2% em 12 meses, até julho.
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