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ANÁLISE
Na crise de dívidas da Europa, há quem defenda o calote
LANDON THOMAS JR.
DO "NEW YORK TIMES"
A Irlanda, por fim, decidiu
aceitar seu amargo remédio,
na forma de um pacote financeiro de resgate, após semanas de pressão por parte das
autoridades da UE.
Mas economistas e especialistas em política debatem
com intensidade cada vez
maior se não seria melhor, e
mais justo, que as economias
mais fracas do continente decretassem moratória.
Muitos especialistas agora
acreditam que resgates sirvam apenas para adiar o inevitável. Em lugar de prejudicar ainda mais suas economias por meio de cortes drásticos nos Orçamentos, dizem
os especialistas, os governos
deveriam iniciar imediatamente negociações com os
detentores de títulos de dívida e forçá-los a aceitar prejuízos em seus investimentos.
O risco, claro, é o de um
pânico entre os investidores
que se alastraria pelos mercados financeiros em um momento no qual a economia
mundial continua frágil.
Mas uma reorganização
estruturada de dívidas que
reduziria os montantes devidos pelos países em crise, especialmente em combinação
com um pacote de assistência financeira, poderia oferecer um caminho mais rápido
para a recuperação -e evitar
o trauma de calotes forçados
no futuro, argumentam alguns economistas.
Os proponentes de uma
moratória afirmam que a Argentina e a Rússia, em 2002 e
1998, respectivamente, conseguiram se reerguer depois
de uma reestruturação de dívidas. Ambas deram calote
em sua dívida externa e, depois de desvalorizações em
suas moedas, foram capazes
de se recuperar.
Mesmo assim, falar sobre
um calote -ou reestruturação de dívida, o termo que os
banqueiros e tecnocratas
preferem- continua a ser
anátema em capitais como
Atenas e Dublin.
Os líderes da Grécia e Irlanda temem que seus países
acabem excluídos dos mercados e impossibilitados de
obter novos fundos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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