São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Países exportam carvão para suprir demanda chinesa

Expansão do consumo chinês gera tensão entre países que visam lucros e os que defendem metas ambientais

ELISABETH ROSENTHAL
DO "NEW YORK TIMES"

Enquanto os países desenvolvidos fecham ou limitam a construção de usinas de energia acionadas a carvão devido a preocupações com o clima e com emissões causadoras do aquecimento global, o carvão encontra mercados em rápida expansão em outra área: a Ásia, especialmente a China.
Em portos do Canadá, da Austrália, da Indonésia, da Colômbia e da África do Sul, há navios em fila para receber cargas de carvão que será usado para abastecer fornalhas na China, país que se transformou de exportador em um dos maiores importadores mundiais de carvão.
Os EUA despacham carvão para a China via Canadá, mas as empresas de carvão estão estudando novos portos de embarque no Estado de Wa- shington. Há novas minas planejadas nas Montanhas Rochosas e também na região noroeste.
De fato, algumas das regiões mais progressistas do mundo, em termos ambientais, estão entre os novos epicentros do comércio internacional de carvão, o que gera tensões entre metas ambientais e de negócios.
Tradicionalmente, o carvão costumava ser queimado nas áreas em que é extraído, especialmente o chamado carvão térmico, usado para gerar calor e eletricidade.
Mas, nos últimos anos, as exportações de carvão para mercados distantes dispararam devido à ascensão chinesa, que agora queima cerca de metade dos 6 bilhões de toneladas de carvão utilizados mundialmente por ano.
A corrida para alimentar esse novo mercado asiático gerou alta de 100% no preço do carvão, nos últimos cinco anos, levando a uma retomada da mineração e da prospecção em muitas regiões. "Trata-se do pior cenário possível", disse David Graham-Caso, porta-voz do Sierra Club, que estima que a campanha "Além do Carvão" tenha ajudado a impedir a construção de 139 usinas de energia acionadas a carvão nos Estados Unidos ao longo dos últimos anos.
Na Austrália, grupos ambientalistas bloquearam repetidamente o transporte ferroviário de carvão para as docas exportadoras de Newcastle, nas últimas semanas, e flotilhas de manifestantes em caiaques retardaram o embarque de carvão em navios destinados à Ásia.
A China, que estava entre os exportadores mundiais de carvão até 2009, o primeiro ano em que suas importações superaram as vendas externas, deve importar até 150 milhões de toneladas de carvão neste ano.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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