São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

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Brasil e EUA fomentam projetos para a África

Países devem financiar obras de infraestrutura no continente africano

Intenção do governo brasileiro é que o acordo fique pronto a tempo de ser assinado durante a visita de Barack Obama

JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o banco de financiamento a exportações dos Estados Unidos, o Eximbank americano, estudam selar um acordo para promover investimentos em outros países.
O principal alvo do convênio será financiar obras de infraestrutura na África. Os dois bancos ainda estão em fase de negociação dos termos para a cooperação. Mas a intenção do governo brasileiro é que o acordo fique pronto a tempo de ser assinado durante a visita do presidente Barack Obama ao Brasil, em março.
A Folha apurou que o BNDES e o Eximbank querem emprestar dinheiro para que empresas brasileiras e americanas façam parcerias para investimentos em outros países. Ainda não está definido o percentual de cada parte, que pode variar de acordo com o projeto.
No BNDES, esses contratos de empréstimos internacionais já são feitos. A norma interna do banco é que os financiamentos externos "têm o objetivo de financiar exportações de bens e serviços brasileiros no exterior".
Todos os contratos têm que envolver prestadores e empresas brasileiras, além do uso de equipamentos e matérias-primas nacionais.
Por exemplo, na construção de uma ferrovia na África, o BNDES poderá financiar os serviços de engenharia da construtora brasileira.
A intenção dos governos de Brasil e EUA ao concentrar as atenções desse acordo na África é criar concorrência ao avanço da China no continente. O país asiático vem comprando terras para produzir produtos agrícolas e minério nos países africanos.
Ao construir infraestrutura na África, Brasil e EUA ampliam presença no continente, que sofre com ineficiência e escassez de meios de transporte. Os dois países têm a intenção de criar um mercado para seus produtos na África, mas para isso precisam garantir que as mercadorias cheguem aos consumidores.

EXIMBANK NACIONAL
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou ontem que o Eximbank, banco de apoio a exportadores, deverá fazer parte da nova etapa da Política de Desenvolvimento Produtivo.
As linhas gerais do programa serão divulgadas em abril. Segundo Coutinho, houve uma reversão do saldo da balança comercial da indústria de transformação de cerca de US$ 40 bilhões desde 2006. Nesse cenário, o Eximbank seria um dos elementos de reforço à competitividade da indústria.
A criação do Exim Brasil é uma reivindicação antiga dos exportadores e foi uma das principais medidas do pacote de apoio à exportação lançado no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
"A questão do fundo garantidor não é crítica no curto prazo. Podemos ganhar muito com a supersimplificação de procedimentos", disse Coutinho, em seminário realizado no Rio.

Colaborou JANAINA LAGE, do Rio


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