São Paulo, sábado, 24 de julho de 2010

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CRÍTICA TECNOLOGIA

Autor compara inovação brasileira com sul-coreana

Educação e parceria de empresas e academia deram vantagem a asiáticos

VERENA FORNETTI
DE SÃO PAULO

Brasil e Coreia do Sul têm em comum a industrialização tardia, a política econômica e científica orientada por ditaduras militares em meados do século passado, a abertura política nos anos 80 e a liberalização comercial feita só na década de 90. O que diferencia, a partir daí, a trajetória dos países?
Hoje, o Brasil é apontado como nova força política e econômica, mas ainda tem gargalos que ameaçam o futuro brilhante apontado pelos mais otimistas. Já a Coreia do Sul avançou de forma mais consistente e, pelo menos de acordo com a classificação do FMI (Fundo Monetário Internacional), superou o rótulo de país emergente.
É a questão de partida para o pesquisador da Universidade de Brasília Rafael Ramalho Dubeux, que lança "Inovação no Brasil e na Coreia do Sul - Efeitos do Novo Regime Internacional de Patentes Sobre as Estratégias de Desenvolvimento Econômico".
Para ele, investimento em educação e sinergia entre academia, governo e empresariado foram os caminhos que permitiram ao país asiático se firmar como produtor de tecnologia de ponta após o endurecimento das regras internacionais sobre patentes, a partir de 1994.
O modelo de industrialização é outro fator apontado para a vantagem coreana. Se o modelo nacional foi pautado pela substituição de importações, o asiático se baseou na produção para exportação -o que obrigou o país a estreitar os laços com outros mais desenvolvidos.
Institutos de pesquisa públicos, com incentivos fiscais e crédito dirigido do governo da Coreia do Sul, em colaboração com as empresas, formaram o que o autor endossa como a tripla hélice do desenvolvimento a partir de meados dos anos 80. No Brasil, diz ele, essa sinergia só recentemente se amplia.
"A produção científica brasileira é robusta. Mas ainda não se traduz em inovação tecnológica." À Folha, Dubeux também disse que a parceria entre academia e setor privado ainda é tímida, assim como os investimentos em educação foram pífios historicamente. Mas afirma que nasce uma mentalidade mais favorável à inovação.
"As instituições no Brasil são muito apartadas, mas a aproximação é inevitável." Dubeux cita a interação entre a Embraer e o ITA e entre a Coppe-UFRJ e a Petrobras como bons exemplos dessa integração.


INOVAÇÃO NO BRASIL E NA COREIA DO SUL

AUTOR Rafael R. Dubeux
EDITORA Juruá
QUANTO R$ 49,90 (216 págs.)


LANÇAMENTOS

NACIONAIS

HISTÓRIA 1
A Construção da Sociedade do Trabalho no Brasil
Adalberto Cardoso
EDITORA FGV
QUANTO R$ 49 (464 págs.)
O sociólogo analisa a inclusão dos trabalhadores no capitalismo desde a transição da escravidão para o trabalho livre no país. Também examina como a desigualdade persistiu ao longo da história e quais foram os entraves para a organização em torno de um Estado redistributivo e capaz de reduzir a pobreza.

CARREIRA
Condutores do Amanhã - Jovens que Entram e Dão Certo no Mercado de Trabalho
Ruy Leal
EDITORA Saraiva
QUANTO R$ 29 (168 págs.)
Com passagem pelo CIEE (Centro de Integração Empesa Escola), o autor orienta jovens no início da vida profissional. Propõe, passo a passo, como planejar a carreira, preparar-se para seleções de emprego e dá dicas para progredir na profissão. Também fala sobre a nova Lei do Estágio.

HISTÓRIA 2
O Capitalismo no Século 20
Maurício Tragtenberg
EDITORA Unesp
QUANTO R$ 36 (186 págs.)
A obra integra coleção de livros do sociólogo morto em 1998. Discute recessões do século passado, o surto inflacionário alemão de 1923 e o crash de 1929. Retrata o nazismo na Europa como saída reacionária para as crises. O autor ataca o totalitarismo que se seguiu no mundo -na Rússia, com o stalinismo, e nos EUA, com o macarthismo.

ECONOMIA
Crise Global e o Brasil
Luiz Carlos Bresser-Pereira (org.)
EDITORA FGV
QUANTO R$ 63 (340 págs.)
Organizado pelo ex-ministro da Fazenda, debate a inserção do Brasil e seu desempenho na crise global, a apreciação do câmbio e o papel dos investimentos no desenvolvimento do país. Além do texto do organizador, há artigos de Clemente Lúcio (Dieese), Fernando Puga (BNDES) e Yoshiaki Nakano (FGV).

AUTOAJUDA
Desperte o Empreendedor que Há em Você - Como Pessoas Comuns Podem Criar Empresas Extraordinárias
Michael E. Gerber
EDITORA M. Books
QUANTO R$ 65 (240 págs.)
Especializado em treinamento de microempresários, o consultor apresenta um manual para pequenas empresas. Em linguagem simples e com fichas nos finais de capítulos que resumem as dicas, ensina a descobrir vocações e a identificar nichos de ação.

COMUNICAÇÃO
Linkania - Uma Teoria de Redes
Hernani Dimantas
EDITORA Senac
QUANTO R$ 30 (136 págs.)
Apoiado em autores como Manuel Castells, que discute a formação de uma sociedade em rede, e Derrick de Kerck- hove (assistente de Marshall McLuhan), o escritor trata de diversos aspectos da sociabilização por comunidades virtuais. Desenvolve a ideia de "linkania" -as implicações das redes de links na web.

INTERNACIONAIS

CRISE
Bailout Nation
Barry Ritholtz
EDITORA Wiley
QUANTO US$ 16,95 (R$ 30, 332 págs.)
Escrito pelo blogueiro Barry Ritholtz, critica a falta de regulação que levou os EUA à crise iniciada em 2007. Segundo ele, o país passou de nação independente a lugar onde "instituições financeiras estão autorizadas à autorregulação nos bons tempos e à salvação por contribuintes em tempos ruins".

NEGÓCIOS
Valuation - Measuring and Managing the Value of Companies
McKinsey & Company, T. Koller, M. Goedhart e D. Wessels
EDITORA Wiley
QUANTO US$ 9,20 (R$ 16, 811 págs.)
Recém-lançada, a quinta edição do livro -ampliada em relação às versões anteriores-, oferece conselhos para mensurar o valor de empresas. Também aborda fusões e aquisições e reestruturações societárias.

por VERENA FORNETTI



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