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SP fica em 1º em ranking de burocracia
Pesquisadores da Firjan precisam de 102 ligações para obter dados sobre procedimentos para abrir empresa no Estado
Custo médio de abertura de empresa no Brasil é de R$ 2.038, maior entre Brics; na China, o mais barato, é de R$ 280
JANAINA LAGE
DO RIO
Levantamento feito pela
Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) mapeando a burocracia existente para a abertura
de negócios no país mostra
que São Paulo é o Estado onde é mais difícil obter as informações necessárias.
Os pesquisadores precisaram fazer 102 ligações para
reunir todos os dados sobre
custos, taxas e procedimentos. O local mais fácil foi a Paraíba, onde foram necessários 12 telefonemas.
Para Cristiano Prado, gerente de Infraestrutura e Novos Investimentos da Firjan,
falta pessoal qualificado.
"Os órgãos são estruturados, as ligações são atendidas, mas as pessoas não sabem prestar as informações e
transferem os interessados
de um setor ao outro", disse.
A federação define o processo de abertura de negócios no país como uma "peregrinação entre órgãos, pouco
transparente e muito custosa". O empreendedor disposto a abrir uma empresa precisa pagar de 12 a 16 taxas e obter 43 documentos.
O custo de abertura de
uma empresa no Brasil também foi pesquisado. Em média, é de R$ 2.038, mas varia
até 274% entre os Estados.
Apesar do excesso de burocracia, São Paulo é o sétimo local mais em conta no
país para abrir uma empresa,
com custo estimado em
R$ 1.711. O Estado não cobra
taxas de viabilidade de localização do empreendimento
ou de pesquisa de viabilidade do nome da empresa.
Além da diferença de preço e da falta de pessoal preparado, em alguns casos os
pesquisadores receberam celulares pessoais de funcionários ou tiveram de contatar a
diretoria de um órgão para
obter informações básicas.
No site da Junta Comercial
do Amapá, o telefone disponível é de uma pizzaria.
SEM INTERNET
O visto do advogado sobre
o contrato social da empresa
e o alvará do Corpo de Bombeiros representam, juntos,
mais de 60% dos custos de
abertura de um negócio.
Segundo a pesquisa, as
principais dificuldades encontradas pelos empresários
são a falta de comunicação
entre os órgãos, a escassez de
serviços via internet, a falta
de transparência de informações e a ausência de padronização de taxas.
Em comparações internacionais, a posição do Brasil é
desfavorável em relação
a outras economias emergentes.
O custo de abertura de
uma empresa no país é o triplo da média de Rússia, Índia
e China. Em relação à América do Sul, o custo do Brasil é o
dobro do da Colômbia.
O gasto anual com abertura de empresas no Brasil chega a R$ 430 milhões. Na comparação com gastos registrados na média dos demais
Brics, a ineficiência brasileira é estimada em R$ 264 milhões/ano.
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